E lá se vão 33 anos. Inagurado em 7 de setembro de 1975, o Estádio Canarinho tem história. Parte dessa história é Reis, atleta do Baré, que fez o primeiro gol nesse estádio.
Ouço a expressão “par de jarras” desde menino, quase sempre em comentários de mulheres sobre a coincidência de duas pessoas vestirem roupas iguaizinhas. Entre o espanto das duas, na maioria das vezes, transformado em ira profunda logo depois, até as piadas maldosas disparadas, o ambiente acaba contaminado.
Já presenciei situações constrangedoras, inclusive em eventos elegantes. Se compraram a roupa na mesma loja, sob a promessa de ser “modelo exclusivo”, as, digamos, vítimas voltam-se contra o vendedor. Nessa hora sobram adjetivos, muitos impublicáveis. Homens também protagonizam micos semelhantes.
Conheço casos ótimos. Um deles ocorreu em 1970, na redação do Jornal dos Sports, Rio de Janeiro. O repórter Altair Baffa, o Baffinha, vestia-se com elegância. Veterano na profissão, era um dos craques de sua geração. Naquele sábado, final de tarde, a redação fervilhava. De repente, alguém grita: “Abre alas, aí, pessoal. Está chegando um bloco. Pelo visto é grande”. Todos olharam para a enorme porta dupla, por onde entrou o então jovem repórter Marcelo Rezende, com sua cabeleira loura até o ombro, cheio de balanço. Ele tomou tremendo susto quando viu o Baffinha com a mesma roupa. Tudo igual: sapatos, meias, cinto, calça e camisa.
Baffinha partiu para o ataque. “Que palhaçada é essa, Marcelo?” Sem graça, o novato tentou reverter a situação: “Vi você usar, gostei, passei no seu alfaiate e mandei fazer igual. É homenagem, Baffinha.” A gargalhada dos colegas irritou ainda mais o veterano. “Homenagem é o cacete!”, reagiu. Antes de o problema tornar-se maior, até por causa das piadas, o editor Aparício Pires encerrou a discussão e determinou a volta ao trabalho.
Bem, pelo menos ele tentou evitar o assunto. O porteiro do jornal, avisado pela turma da redação, dava a dica a quem entrava no prédio: “O Baffinha e o Marcelo estão com a roupa igual”. Era a senha para a piada seguinte: “É dupla caipira?” E tome mais barulho.
Há alguns anos, o sistema universitário brasileiro inseriu a exigência do chamado Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O aluno deve escrevê-lo em formato de monografia e apresentá-lo à Banca Examinadora composta por três professores.
Começou, então, a busca por temas interessantes, com potencial de produzir trabalho caprichado no coroamento de tantos anos de estudos. Nem sempre é fácil conseguir assunto inexplorado ou com viés diferente dos já abordados. Mesmo assim, alguns acham o caminho.
Rodrigo Baraúna estudou Jornalismo na UFRR no começo da década passada. Ele já era guitarrista solo da até hoje atuante Banda Garden - 20 anos de atividade completados em 2018. Acostumado ao sucesso, precisava manter a pegada.
Orientado pelo professor Maurício Zouein, craque em Semiótica, Rodrigo buscou o seu tema na floresta. Abordou a comunicação olfativa – sim, existe. Parecia brincadeira, mas o caso era sério. Jovens índios Yekuana vieram estudar em Boa Vista. Acostumados ao ambiente da maloca, desconheciam desodorante. Nos primeiros dias, os colegas ficaram nauseados. O mau odor estava insuportável. Os novos alunos apenas mantinham os hábitos da aldeia. Com jeito, a turma convenceu-os a usar Leite de Rosas. Eles adoraram a novidade. Com o novo aroma no ar, a comunicação fluiu sem problemas.
Ao voltar para a aldeia, nas férias, os estudantes mantiveram o novo hábito. Aí quem protestou foram os outros índios. Para eles, era inaceitável aquele cheiro estranho trazido da cidade pelos garotos. Criado o impasse...
Bem, o fim da história vocês podem conferir com o Rodrigo Baraúna, no Senac, ou depois de qualquer show da Banda Garden. Quem sou eu para tirar do amigo o prazer em falar de seu trabalho, avaliado pela Banca Examinadora com a nota 10.
Com ou sem Leite de Rosas.
Nem bem nos recuperamos da ressaca da Copa do Mundo, com a eliminação precoce do Brasil, e os burocratas da aviação já enfiam outro pepino – alimento quase sempre indigesto - na salada de quem viaja. Algumas empresas aéreas passarão a cobrar a marcação de assentos para passageiros com tarifas promocionais, caso você rejeite o lugar escolhido, aleatoriamente, pelo sistema da empresa.
Você odeia viajar na poltrona do meio ou nas últimas fileiras fundo do avião? Reze. A chance de cair nessas opções é de 1/3 dos casos. Parece pouco, mas torna-se preocupante quando nos lembramos da Lei de Murphy - “se pode dar errado, dará errado no pior momento possível”.
Mas a sempre atenta empresa aérea pode garantir sua preferência por módicos reais. Acesse o site da empresa, marque a sua opção, tenha à mão o velho e bom cartão de crédito – amigo de todas as horas nos tempos modernos – e boa viagem.
Imagine o custo de uma família com quatro pessoas, na mesma viagem, cada uma delas sentada em filas diferentes. Juntá-las oneraria o orçamento do grupo. Ou pode causar problemas ao ambiente a bordo. Afinal, com o comportamento expansivo – para dizer o mínimo – de nosso povo, seria normal presenciarmos cenas de comédia se a turma começasse a conversar à distância, em voz alta. Como controlar o desconforto?
Li que a medida já é adotada em países do Primeiro Mundo. E daí? Nosso campo de jogo situa-se no Brasil, onde certas agências reguladoras andam caolhas ao direito do consumidor faz tempo.
Evito repetir piadas, mas hoje não resisto. Depois de reduzirem a comida – em alguns casos, cobram -, cobrar despacho de bagagem e, agora, marcação de assentos, só falta as empresas aéreas cobrarem couvert artístico pelas informações passadas pela equipe de bordo durante o voo.
Boa viagem!