Perdemos outra Copa. Nossa esperança no time de Tite se derreteu quando os belgas mostraram por que eram apontados como um dos favoritos ao título. Lutamos, fomos valentes, desperdiçamos inúmeras oportunidades e voltamos para casa com a certeza de deixar na Rússia a oportunidade única de conquistar o hexa.

Qual foi o erro? Acredito na falta de liderança forte e respeitada. Há anos carecemos de um jogador com a personalidade, o respeito e o talento de Zito, Nilton Santos e Didi (1958/1962, no bi); Carlos Alberto e Gerson (1970 – tri); Dunga (1994 – tetra) e Lúcio (2002 – penta). O líder faz a diferença em campo e fora dele. Merece o respeito do treinador, dos companheiros, impõe respeito aos adversários e nem sempre é o mais talentoso do time. Ele faz a diferença ao acalmar o time, se o jogo estiver pegado. É o homem de confiança dentro do campo.

Na seleção de Tite, sobraram talentos, faltou o líder. Nenhum deles tinha o perfil exigido na hora de cobrar de Neymar menos teatro e mais objetividade. O atacante entrou no sacrifício. Os médicos garantiam sua total recuperação da cirurgia. Balela. Ele sentia dores, sim. Os adversários bateram o quanto puderam, mas a teatralização em quedas espetaculares fazia tudo parecer cena de artista canastrão.

No jogo contra a Bélgica, o nervosismo tomou conta de todos. Faltou um Gerson, mestre em colocar o time em ordem. Ou um Zito, o único jogador a dar bronca em Pelé, mesmo depois de o Rei ser bicampeão do mundo.

Quando Tite convocou, no período de treinamentos, Diego, do Flamengo, pouca gente entendeu o motivo. Outros jogadores estavam em nível técnico mais elevado, mas faltava a eles a liderança. Como o rubro-negro mostrou-se muito abaixo do esperado, ficou de fora da lista para a Copa.

Precisamos de um líder urgente. Pior: não há luz no fim do túnel.