Os mais antigos devem se lembrar da famosa história do executivo da gravadora Decca, uma das maiores do mundo à época, responsável por se recusar a contratar os Beatles, ainda em 1962, sob a alegação de que “esse negócio de conjunto com guitarras logo vai acabar”. A Parlophone acreditou nos jovens de Liverpool e o resto sempre será história.
No começo da década de 1950, um certo Manoel apareceu no campo do Flamengo. Queria fazer teste no time profissional. Jogava na ponta direita, morava muito longe e tinha as pernas tortas. Mesmo sem ver o jogador em ação, o selecionador vaticinou: “Com essas pernas tortas você nunca será jogador de futebol profissional”. Anos depois, Mané Garrincha encantava o mundo com suas pernas tortas, tirava o grito de campeão da garganta do torcedor brasileiro na Suécia e matava de raiva a torcida rubro-negra quando enfrentava o Mengão.
A bola da vez é Endrick, 17 anos, descoberto pelo Palmeiras em Brasília, depois de o jovem ter sido descartado pelos concorrentes paulistas por exigir emprego para o pai e moradia para a família em São Paulo. Foi o melhor investimento feito pelo atual campeão brasileiro. O atleta foi vendido ao Real Madri por quase 500 milhões de reais, mas só poderá se apresentar na Espanha quando completar 18 anos, como determina a legislação esportiva.
A arrogância ou falta de visão de avaliadores de talentos, mesmo os mais experientes, como no caso dos Beatles, muitas vezes acabam com o pontapé na sorte. Como se rasgassem o bilhete premiado. Nem precisa ser alguém estelar como os garotos de Liverpool. Se você conseguir identificar habilidades em alguém e encaminhar a pessoa a quem possa desenvolver sua aptidão, já contribuirá com o futuro da sociedade. Acredite, a mudança começa no olhar
A garotada percebeu a importância de ajudar na redução das diferenças sociais; eles entraram em campo e os resultados animam
A última década apresentou dado interessante sobre o engajamento de pessoas no voluntariado. Os índices de participação da gurizada aumentaram significativamente. O resultado reflete a maior interação pelas redes sociais e mensagens incentivadoras sobre temas como preservação ambiental, proteção aos animais, redução da fome, controle da violência e cuidados com a saúde, todos pontos essenciais no cotidiano das sociedades.
O voluntariado proporciona às crianças oportunidade única de desenvolvimento pessoal importante em sua formação como cidadãos conscientes e produtivos. Com atividades compatíveis com a idade e sob acompanhamento de adultos, eles produzem efeitos positivos por onde atuam, além de multiplicar o exemplo em comunidades jovens até no exterior.
Entidades dedicadas ao servir abriram espaço à garotada em suas fileiras. Há três décadas o Rotary busca ajustar o modelo de forma a inserir ainda mais jovens no apoio às comunidades onde atua. O processo foi iniciado com o Guardiract (Guardiães do Planeta), na década de 1990; agora, cria o Rotakids como oportunidade de servir às crianças e pré-adolescentes de 6 a 13 anos.
Em Roraima, o Rotakids de Boa Vista-Caçari, apadrinhado pelo Rotary Club de Boa Vista-Caçari, tem oferecido trabalho eficaz neste primeiro ano de atividades. Os exemplos são contundentes: limpeza de área pública, doação de brinquedos e refeições aos refugiados e necessitados, campanha de reciclados (lacres de latinhas e tampinhas plásticas), tudo sob a supervisão dos rotarianos.
A quantidade de associados do clube dos pequenos só aumenta. Eram 18 associados no início; agora são 21. Todos com a mesma expectativa: doar seu tempo e esforço para melhorar a vida de quem precisa.
A presidente do clube, Pérola Paludo, 10 anos, filha dos rotarianos Vanderlei Santana e Elis Paludo, explica a razão de ser voluntária: - Eu frequentava o Rotary com meus pais. Fui desafiada a ser fundadora do Rotakids em Boa Vista. Logo gostei da ideia e tive o apoio dos adultos e dos companheiros rotakidianos. É muito legal ajudar quem precisa e cuidar do meio ambiente. Além disso, fez com que eu ficasse mais proativa. Antes, eu tinha um pouco de preguiça. E o mais importante é que eu perdi a vergonha de falar em público. Elis Paludo considera a atitude da filha fundamental à formação pessoal de Pérola: - Como mãe, sempre desejei que minha filha crescesse com consciência e responsabilidade. Como rotariana, sempre sonhei com um clube kids, onde as crianças pudessem enxergar desde sempre os benefícios de servir. Entenderem o bem que fazem para sua comunidade e para si. No clube, as crianças desenvolveram ações, formaram espírito de liderança, melhoraram a oratória e estão sempre com vontade de fazer mais.
Outro dia me lembrei de história contada por veteranos da Marinha na Amazônia. O trote no novato recém-embarcado corre até hoje pelas redes e na famosa e eficaz Rádio Peão.
Logo no primeiro dia, os colegas advertiram o novato sobre os perigos do candiru, também conhecido como “peixe vampiro”. Pequeno, com 2,5 cm a 18 cm, espessura de até 6mm, ele provoca pavor nas pessoas pela forma de ataque: penetra nos orifícios humanos expostos, em especial uretra, ânus e vagina.
Dado o alerta, o novato perguntou sobre os ambientes onde o peixe prospera. A resposta deixou-o ainda mais preocupado. O peixinho sorrateiro pode estar até no vaso sanitário do navio, pois a água usada para a descarga seria recolhida diretamente dos rios.
Feito o alerta, os gaiatos ficaram na espreita dos movimentos do novato. Ele iria ao banheiro em algum momento. Como usaria o vaso sanitário? Dito e feito! Eles conseguiram flagrar o colega com os pés sobre a lateral do vaso, em ato de contorcionismo digno de artista do Cirque du Soleil, cara de assustado e preocupado em terminar logo aquele suplício.
No mesmo dia, alguém da guarnição do navio, penalizado com o sofrimento do colega, abriu o jogo. Tratava-se de trote da turma. O candiru jamais estaria no vaso sanitário. Bem, jamais é palavra forte, pois alguém poderia conseguir um
exemplar do peixe e deixar no vaso para assustar ainda mais...
No mesmo papo, veio o alerta: nos rios, a conversa é outra. O candiru pode, sim, penetrar nos orifícios descobertos das pessoas, principalmente se urinarem na água.
Você deve se perguntar sobre o perigo ocorrer em outras práticas, bem mais prazerosas. É bom o casal tomar cuidado. O candiru aproveita as oportunidades, com ou sem prazer...
Outro dia me lembrei de história contada por veteranos da Marinha na Amazônia. O trote no novato recém-embarcado corre até hoje pelas redes e na famosa e eficaz Rádio Peão.
Logo no primeiro dia, os colegas advertiram o novato sobre os perigos do candiru, também conhecido como “peixe vampiro”. Pequeno, com 2,5 cm a 18 cm, espessura de até 6mm, ele provoca pavor nas pessoas pela forma de ataque: penetra nos orifícios humanos expostos, em especial uretra, ânus e vagina.
Dado o alerta, o novato perguntou sobre os ambientes onde o peixe prospera. A resposta deixou-o ainda mais preocupado. O peixinho sorrateiro pode estar até no vaso sanitário do navio, pois a água usada para a descarga seria recolhida diretamente dos rios.
Feito o alerta, os gaiatos ficaram na espreita dos movimentos do novato. Ele iria ao banheiro em algum momento. Como usaria o vaso sanitário? Dito e feito! Eles conseguiram flagrar o colega com os pés sobre a lateral do vaso, em ato de contorcionismo digno de artista do Cirque du Soleil, cara de assustado e preocupado em terminar logo aquele suplício.
No mesmo dia, alguém da guarnição do navio, penalizado com o sofrimento do colega, abriu o jogo. Tratava-se de trote da turma. O candiru jamais estaria no vaso sanitário. Bem, jamais é palavra forte, pois alguém poderia conseguir um exemplar do peixe e deixar no vaso para assustar ainda mais...
No mesmo papo, veio o alerta: nos rios, a conversa é outra. O candiru pode, sim, penetrar nos orifícios descobertos das pessoas, principalmente se urinarem na água.
Você deve se perguntar sobre o perigo ocorrer em outras práticas, bem mais prazerosas. É bom o casal tomar cuidado. O candiru aproveita as oportunidades, com ou sem prazer...
Entra ano, sai ano, transformamos o mês de dezembro em oráculo dos desejos para o novo tempo que já começou, como a Globo garante há décadas. Embalados pelo clássico “Então é Natal...”, damos asas aos nossos sonhos para o ano seguinte.
Somos otimistas. Aliás, devemos ser mesmo otimistas. O mantra é manter as energias positivas cada vez mais elevadas. Assim conseguimos alcançar os nossos objetivos e ainda contribuir com o excesso para quem pensa pequeno e precisa de combustível extra na área de desejos e pensamentos bacanas.
Cada pessoa tem o seu ritual próprio para o dia 31 de dezembro. Uns pulam sete ondas nas praias, outros comem romãs, há quem jogue flores nas águas dos mares, rios, cachoeiras, lagoas, enfim, toda sorte de superstições. Pedido feito com fé se realiza, garantem os entendidos no assunto.
Passei boa parte do ano com minha lista de pedidos. Precavido, já começo a pensar no caso em junho, pois o tempo passa muito rápido. Assim chego em dezembro com tudo definido.
Meu pedido/promessa recorrente é emagrecer. Mas como ganhar na loteria sem jogar? Sem dieta (o nome da moda é reeducação alimentar, eufemismo para...dieta) fica impossível alcançar resultados positivos.
Pois em 2023, resolvi surpreender 2024: caprichei na die... reeducação alimentar e mandei embora 27 quilos (tudo bem, recuperei dois deles no Natal). Entrarei o ano quase em forma. Tive o suporte de nutricionista mais paciente do que o próprio, sempre impaciente.
Como nem tudo é perfeito, a nutricionista Vitória marcou minha próxima conxulta para 28 de dezembro. A data sugere emboscada, mas estou confiante. Pelo menos empato o jogo, pois já incluí os dois quilos do Natal no pacote da visita do dia 28.
Nesta última crônica do ano, com direito a foto nova (o Barão quis prestigiar o esforço do colunista), desejo a todos aquele 2024 repleto de paz, alegrias, saúde e amor.
Estou em fase de descarte de inservíveis. Mexo em gavetas, caixas, armários, nada fica fora da busca insana. O espaço de armazenagem acabou. Chegou a hora de desapegar, movimento quase sempre doloroso. Como decidi a sério, vamos adiante.
Fiquei impressionando com a quantidade de câmeras fotográficas digitais acumuladas ao longo dos anos. Bastava mudar a qualidade de definição das fotos, lá estava eu em outra viagem Cazuza (“O meu cartão de crédito é uma navalha”). Hoje, aposentei aquelas câmeras. Há muito elas deixaram de atender os padrões modernos.
Enquanto tentava lembrar de cada foto feita com a câmera da vez, pensava em quão rápido o tempo passou. À época da compra, todas representavam o avanço máximo da tecnologia no produto. Agora, doze anos depois, parecem fusquinha 1962 diante dos carros luxuosos do Terceiro Milênio.
O próprio papo soa anacrônico, em tempos de celulares com 15 megapixels de definição nas câmeras. Quem quer câmera fotográfica ao estilo antigo, quando os celulares resolvem do mesmo jeito ou até melhor?
Relógios? Outra peça a caminho da aposentadoria. Novamente, o vilão(?) é o telefone celular, aparelho multitarefa; inclusive, faz chamadas telefônicas, imagine. Meu saudoso amigo Newton Camargo Moraes, rotariano lá de São José dos Campos, alertou-me sobre o relógio. “A garotada só gosta de usar o celular. Adeus, relógio”, ele comentou.
Eu falei em telefone celular? Eis outro item trocado de tempos em tempos. Assim como o lançamento de carros, os fabricantes fazem do anúncio dos novos modelos verdadeira efeméride. Instigam o consumismo e a vaidade alheia. Em módicas parcelas, a maioria dos consumidores faz a troca na maior felicidade.
Sou do tempo dos bens duráveis, mas duráveis mesmo. Carros, enceradeiras, ferros de passar roupa, liquidificadores, batedeiras. Produtos feitos para durar anos. Como tudo agora dura pouco, fico preocupado de eu mesmo tornar-me obsoleto em futuro próximo. É a vida...