Reportagem publicada em 31 de outubro de 2024, edição número 223, versaõ impressa
Depois de quase extinta, a pólio volta, silenciosamente a assombrar o mundo
O crescimento dos casos de paralisia infantil no mundo foi o destaque negativo na semana de 24 de outubro, dia consagrado ao combate à pólio. O Brasil, livre da doença desde outubro de 1989, teve ações em todos os estados, principalmente através dos clubes de Rotary, mais importante parceiro da ONU no trabalho de erradicação da moléstia.
Em Roraima, o Rotary Club de Boa Vista-Caçari, o Rotaract Club de Boa Vista e o Rotakids de Boa Vista-Caçari promoveram trabalho de conscientização por meio de mensagens de rádio, entrevistas e exposição de faixas em lugares públicos. A principal atividade ocorreu no dia 24, no semáforo localizado defronte ao IBAMA, com a exposição de faixas e banners sobre a luta da chamada Família Rotária.
O presidente do Rotary, Marciel Strapasson, alertou sobre o perigo de a doença retornar ao nosso país. “Em 1985, o mundo registrava 350 mil casos de pólio todo ano. Com muito trabalho, investimentos e conscientização sobre a importância da vacina, conseguimos reduzir esse número a apenas 12 casos em 2023”, informa o dirigente. “Este ano, infelizmente, os dois únicos países onde a pólio permanece ativa – Paquistão e Afeganistão – já apresentaram 64 casos, sendo 23 no Afeganistão e 41 no Paquistão”. A preocupação dos rotarianos tem sentido.
Especialistas, como o médico infectologista do Hospital Emílio Ribas (São Paulo), o também rotariano Leonardo Weissmann, garantem: “Só a vacina protege as crianças contra a Poliomielite. Com a migração de habitantes dos países nos quais a doença ainda existe, novos casos podem surgir em outros pontos do Planeta. Se houver prevenção, através da vacina, as crianças estarão protegidas”, complementa o especialista. Como trabalho voluntário pode ser feito em qualquer idade, a garotada do Rotakids entrou em campo desde a fundação do clube. São crianças e pré-adolescentes na faixa etária de 6 a 13 anos, supervisionados pelo Rotary local. Aletéia Letícia Possebon, presidente do clube, estava com os companheiros de clube defronte ao IBAMA. Eles ficaram no canteiro central com banners alusivos à campanha, sob supervisão dos adultos. A dirigente foi direta em seu recado: “Todas as crianças na idade de 2, 4, 6 e 15 meses e 4 anos devem tomar a vacina. Só assim elas estarão protegidas”. No sábado, 26, eles fizeram campanha no fim da tarde, no Parque do Mirandinha. Excelente exemplo de cidadania.
Pérola Paludo e Daysy Quintella levam a mensagem jovem às ruas
Publicada em 30 de julho de 2024 na edição impressa número 222
Entidade centenária, o Rotary tem como objetivo principal a paz mundial
Imagine alguém necessita de cadeira de rodas, convencional ou especial, sem condições financeiras de adquirir o produto. Parece complicado, mas há solução através do trabalho voluntário de pessoas dedicadas ao servir. Assim funciona o Rotary, entidade internacional fundada há 119 anos, com atuação em mais de 200 países ou regiões geográficas espalhados pelos quatro cantos do mundo. Homens e mulheres interessados na paz e em melhorar a vida de quem precisa. Esta semana, o Rotary Club de Boa Vista-Caçari recebeu a visita do governador 2024-25 do Distrito 4720, o rondoniense Emerson Boritza. Ele veio ao Estado para visitar projetos criados por clube rotário em Roraima e conhecer os projetos do clube.
Rotary em ação Um dos parceiros principais do clube é o Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima (MPT/AM-RR), com o financiamento de diversos projetos, através de recursos Entidade centenária, o Rotary tem como objetivo principal a paz mundial de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) ou sentenças judiciais. A primeira visita do governador Emerson Boritza foi à Associação Grupo de Mães Anjos de Luz, atendida, desde 2010, através do banco de cadeiras de rodas. Centenas de pessoas, a maioria crianças, portadoras de deficiências, algumas severas, foram contempladas com as cadeiras. A seguir, o governador visitou o projeto Poço da Samaritana, no bairro Nova Cidade. Criado e gerido por entidade vinculada à igreja católica, oferece aprendizagem de técnica de costura e impressão de estampas a pessoas em situação de vulnerabilidade. O clube e o MPT investiram na aquisição dos equipamentos e insumos, além de fornecer cestas básicas.
O projeto Poço da Samaritana dá a oportunidade de aprendizagem aos participantes
Com o Rotakids, apoio a animais em situação de vulnerabilidade
O projeto Dojo Comunitário alia o esporte à formação pessoal da garotada.
O projeto Dojo Comunitário alia o esporte à formação pessoal da garotada.
Associação Grupo de Mães Anjos de Luz, desde 2010, centenas de pessoas,
a maioria crianças, receberam cadeiras de rodas
Reportagem publicada na edição número 220 de 29 de maio de 2024 - versão impressa
Na tarde de 23 de maio, associados da Academia Roraimense de Letras se reuniram para eleger quatro novos membros, completando, assim, seu quadro de 33 imortais. Na próxima página, os novos confrades e respectivos perfis. Acadêmicos eleitos tomarão tomar posse no segundo semestre.
ILMA XAUD Em seu portfólio de apresentação, intitulado “Um pouco sobre mim”, a professora doutora em Educação e pesquisadora Ilma de Araújo Xaud assim se define: “Professora por convicção, gosto do embate de ideias, sempre respeitando a opinião dos outros. Abracei a carreira da educação desde os meus 15 anos, quando da minha primeira experiência como professora”. Nascida em Roraima, com dezenas de cursos no currículo, fluente em espanhol e Inglês, a nova acadêmica tem vários livros publicados, pesquisas reconhecidas e passagem por cargos públicos nos Executivos Municipal e Estadual. A professora também presta serviços à comunidade pelo Lions Clube Internacional.
JOSÉ HENRIQUE F. LEITE Vencedor na vida, José Henrique é exemplo de superação. Nascido no interior do Maranhão, aprendeu a ler aos 10 anos de idade. Órfão de mãe e abandonado pelo pai, teve na irmã e no tio o acolhimento em Roraima, onde começou a construir futuro diferente. Conseguiu entrar na Faculdade de Economia e no Incra, no Pará, por meio de concurso. Suas opções políticas obrigaram-no a abandonar o curso e o emprego. Sua trajetória encontra-se descrita na obra República de Estudantes: a saga dos roraimenses no Pará, publicada por ele em 2019. Também é de sua autoria Sementes da Ventania – prosa, de 2022. José Henrique foi titular da Secretaria de Administração do Território de Roraima em 1985.
MARIA DAS GRAS S DIAS Amazonense de nascimento, Maria das Graças é professora titular da Universidade Federal de Roraima. Graduada em Economia, com mestrado e doutorado na área de Ciências Sociais e História, concluiu pós-doutorado em Democracia e Direitos Humanos pelo Centro de Direitos Humanos, em Coimbra-Portugal. No momento, a nova acadêmica cursa o 10º semestre do curso de Direito na Faculdade Cathedral e mestrado na área de Direitos Humanos na Universidade Federal de Tocantins. Suas quatro obras solo e diversas como organizadora tratam da visão socioeconômica de Roraima, com olhar mais forte para os Direitos Humanos e a migração venezuelana, sob o aspecto feminino. MARIA DAS GRAS S DIAS Amazonense de nascimento, Maria das Graças é professora titular da Universidade Federal de Roraima. Graduada em Economia, com mestrado e doutorado na área de Ciências Sociais e História, concluiu pós-doutorado em Democracia e Direitos Humanos pelo Centro de Direitos Humanos, em Coimbra-Portugal. No momento, a nova acadêmica cursa o 10º semestre do curso de Direito na Faculdade Cathedral e mestrado na área de Direitos Humanos na Universidade Federal de Tocantins. Suas quatro obras solo e diversas como organizadora tratam da visão socioeconômica de Roraima, com olhar mais forte para os Direitos Humanos e a migração venezuelana, sob o aspecto feminino.
NEUBER UCHOA Outro roraimense eleito para a ARL, o cantor e compositor Neuber Uchoa tem merecida fama no meio artístico através de suas músicas com temática regionalista. Na música e nos versos de Cruviana, o público consegue perceber a riqueza da Amazônia e de Roraima, em particular. Com perfil musical multifacetado, Neuber também transita nos ritmos caribenhos, sem perder o fio condutor de sua extensa obra. São 13 discos gravados, inclusive vinil, inclusive na mais conhecida parceria local, o trio Roraimeira, com Zeca Preto e Eliakin Rufino. Em 2018, Neuber recebeu a Ordem do Mérito Cultural, concedida pelo Ministério da Cultura, pela importância de sua obra no cenário cultural brasileiro.
Há algum tempo, neste espaço, escrevi crônica sobre a vida dos sósias de pessoas famosas. Gente beneficiada pelo destino em colocá-las no mesmo tempo em que alguém parecidíssimo com elas ganhou fama e generoso espaço nos meios de comunicação.
Os quatro exemplos usados como modelo levam vida boa às custas da tal semelhança. Muitas vezes são usados por seus ídolos em manobras para enganar o público e permitir maior privacidade do famoso.
Recentemente, os fatos mostraram outra realidade em alguns casos. O cenário esportivo sofreu verdadeiro terremoto com a foto na qual o atacante do Flamengo Gabriel Barbosa, o Gabigol, ídolo da torcida rubro-negra, aparece com a camisa do Corínthians. Choveram críticas à atitude do polêmico jogador, conhecido por causar.
A revolta da torcida atingiu, por tabela, o sósia do Gabriel, Jeferson Sales. Acostumado com os benefícios da semelhança, pedidos de fotos, autógrafos e todas as vantagens de ser quase ídolo, agora passa por momentos complicados. Em declaração postada nas redes sociais, Sales reclama das ameaças sofridas e até tentativas de agressão. Como a própria torcida diz quando protesta, “acabou o amor”.
Até o momento, Sales evitou informar aos torcedores qual é a nova rotina. Ele prefere a segurança à possibilidade de confrontos em locais públicos. Pelo menos deu a entender ser essa a sua atitude, em tempos de baixa popularidade de Gabriel.
O problema já deve ter ligado o sinal de alerta aos outros sósias, exceto Renato Carlini, o cover brasileiro de Elvis Presley (isso se Elvis morreu mesmo). Imagine um ídolo arrumar trapalhada de grosso calibre e comprometer a boa imagem? Lá se vai a fama para o espaço. O jeito é aproveitar a maré enquanto está em alta. Afinal, como diriam os antigos, “ninguém sabe o dia de amanhã”.
Reportagem publicada em 26 de março de 2024 - edição impressa
O evento deveria acontecer no sábado de Carnaval, como abertura da folia. Convenhamos, início de fevereiro ajuda pouco nas vendas depois dos gastos com as festas de fim de ano. O jeito foi considerar a metade de março Carnaval fora de época, com direito a grupo de samba, decoração bacana e dar aquela caprichada no feijão e guarnições, tudo regado ao melhor chope da praça. Aí só pode ser sucesso.
Os recursos arrecadados com a festa ajudam em projetos humanitários desenvolvidos pelo Rotary Club de Boa Vista-Caçari durante o ano. Todos entram em campo com a disposição de quem vai preparar o Sambódromo carioca para a maior espetáculo da Terra, como diz o samba.
Aliás, os preparativos exigem bastante empenho dos rotarianos e colaboradores. Cortar ingredientes, escolher quilos de feijão, buscar patrocínios, enfim, verdadeira operação de guerra. A garotada do Rotakids, um dos clubes de jovens vinculado ao Rotary, também dá a sua contribuição.
Receber bem já é tradição nos eventos rotários. A casa de festas e recepções Cenarium é o palco da festa desde o primeiro ano, cedida sem custo pelos proprietários, Rosy e Chiquinho Oliveira, também rotarianos.
Quem quis levar a refeição para casa foi atendido na parte externa, com o serviço de quentinhas. A maioria das pessoas preferiu curtir o clima animado do salão, com direito a sobremesas doadas pelas rotarianos.
O presidente do clube, Marcos Trovão, comemorou o resultado da promoção. “Quem ganha é a sociedade, com os projetos realizados pelo clube”, diz ele. “Nós também nos divertimos, apesar do trabalho duro. Afinal, como diz um dos lemas do Rotary, ‘Mais se beneficia quem melhor serve’”, finalizou.
Os mais antigos devem se lembrar da famosa história do executivo da gravadora Decca, uma das maiores do mundo à época, responsável por se recusar a contratar os Beatles, ainda em 1962, sob a alegação de que “esse negócio de conjunto com guitarras logo vai acabar”. A Parlophone acreditou nos jovens de Liverpool e o resto sempre será história.
No começo da década de 1950, um certo Manoel apareceu no campo do Flamengo. Queria fazer teste no time profissional. Jogava na ponta direita, morava muito longe e tinha as pernas tortas. Mesmo sem ver o jogador em ação, o selecionador vaticinou: “Com essas pernas tortas você nunca será jogador de futebol profissional”. Anos depois, Mané Garrincha encantava o mundo com suas pernas tortas, tirava o grito de campeão da garganta do torcedor brasileiro na Suécia e matava de raiva a torcida rubro-negra quando enfrentava o Mengão.
A bola da vez é Endrick, 17 anos, descoberto pelo Palmeiras em Brasília, depois de o jovem ter sido descartado pelos concorrentes paulistas por exigir emprego para o pai e moradia para a família em São Paulo. Foi o melhor investimento feito pelo atual campeão brasileiro. O atleta foi vendido ao Real Madri por quase 500 milhões de reais, mas só poderá se apresentar na Espanha quando completar 18 anos, como determina a legislação esportiva.
A arrogância ou falta de visão de avaliadores de talentos, mesmo os mais experientes, como no caso dos Beatles, muitas vezes acabam com o pontapé na sorte. Como se rasgassem o bilhete premiado. Nem precisa ser alguém estelar como os garotos de Liverpool. Se você conseguir identificar habilidades em alguém e encaminhar a pessoa a quem possa desenvolver sua aptidão, já contribuirá com o futuro da sociedade. Acredite, a mudança começa no olhar
A garotada percebeu a importância de ajudar na redução das diferenças sociais; eles entraram em campo e os resultados animam
A última década apresentou dado interessante sobre o engajamento de pessoas no voluntariado. Os índices de participação da gurizada aumentaram significativamente. O resultado reflete a maior interação pelas redes sociais e mensagens incentivadoras sobre temas como preservação ambiental, proteção aos animais, redução da fome, controle da violência e cuidados com a saúde, todos pontos essenciais no cotidiano das sociedades.
O voluntariado proporciona às crianças oportunidade única de desenvolvimento pessoal importante em sua formação como cidadãos conscientes e produtivos. Com atividades compatíveis com a idade e sob acompanhamento de adultos, eles produzem efeitos positivos por onde atuam, além de multiplicar o exemplo em comunidades jovens até no exterior.
Entidades dedicadas ao servir abriram espaço à garotada em suas fileiras. Há três décadas o Rotary busca ajustar o modelo de forma a inserir ainda mais jovens no apoio às comunidades onde atua. O processo foi iniciado com o Guardiract (Guardiães do Planeta), na década de 1990; agora, cria o Rotakids como oportunidade de servir às crianças e pré-adolescentes de 6 a 13 anos.
Em Roraima, o Rotakids de Boa Vista-Caçari, apadrinhado pelo Rotary Club de Boa Vista-Caçari, tem oferecido trabalho eficaz neste primeiro ano de atividades. Os exemplos são contundentes: limpeza de área pública, doação de brinquedos e refeições aos refugiados e necessitados, campanha de reciclados (lacres de latinhas e tampinhas plásticas), tudo sob a supervisão dos rotarianos.
A quantidade de associados do clube dos pequenos só aumenta. Eram 18 associados no início; agora são 21. Todos com a mesma expectativa: doar seu tempo e esforço para melhorar a vida de quem precisa.
A presidente do clube, Pérola Paludo, 10 anos, filha dos rotarianos Vanderlei Santana e Elis Paludo, explica a razão de ser voluntária: - Eu frequentava o Rotary com meus pais. Fui desafiada a ser fundadora do Rotakids em Boa Vista. Logo gostei da ideia e tive o apoio dos adultos e dos companheiros rotakidianos. É muito legal ajudar quem precisa e cuidar do meio ambiente. Além disso, fez com que eu ficasse mais proativa. Antes, eu tinha um pouco de preguiça. E o mais importante é que eu perdi a vergonha de falar em público. Elis Paludo considera a atitude da filha fundamental à formação pessoal de Pérola: - Como mãe, sempre desejei que minha filha crescesse com consciência e responsabilidade. Como rotariana, sempre sonhei com um clube kids, onde as crianças pudessem enxergar desde sempre os benefícios de servir. Entenderem o bem que fazem para sua comunidade e para si. No clube, as crianças desenvolveram ações, formaram espírito de liderança, melhoraram a oratória e estão sempre com vontade de fazer mais.
Outro dia me lembrei de história contada por veteranos da Marinha na Amazônia. O trote no novato recém-embarcado corre até hoje pelas redes e na famosa e eficaz Rádio Peão.
Logo no primeiro dia, os colegas advertiram o novato sobre os perigos do candiru, também conhecido como “peixe vampiro”. Pequeno, com 2,5 cm a 18 cm, espessura de até 6mm, ele provoca pavor nas pessoas pela forma de ataque: penetra nos orifícios humanos expostos, em especial uretra, ânus e vagina.
Dado o alerta, o novato perguntou sobre os ambientes onde o peixe prospera. A resposta deixou-o ainda mais preocupado. O peixinho sorrateiro pode estar até no vaso sanitário do navio, pois a água usada para a descarga seria recolhida diretamente dos rios.
Feito o alerta, os gaiatos ficaram na espreita dos movimentos do novato. Ele iria ao banheiro em algum momento. Como usaria o vaso sanitário? Dito e feito! Eles conseguiram flagrar o colega com os pés sobre a lateral do vaso, em ato de contorcionismo digno de artista do Cirque du Soleil, cara de assustado e preocupado em terminar logo aquele suplício.
No mesmo dia, alguém da guarnição do navio, penalizado com o sofrimento do colega, abriu o jogo. Tratava-se de trote da turma. O candiru jamais estaria no vaso sanitário. Bem, jamais é palavra forte, pois alguém poderia conseguir um
exemplar do peixe e deixar no vaso para assustar ainda mais...
No mesmo papo, veio o alerta: nos rios, a conversa é outra. O candiru pode, sim, penetrar nos orifícios descobertos das pessoas, principalmente se urinarem na água.
Você deve se perguntar sobre o perigo ocorrer em outras práticas, bem mais prazerosas. É bom o casal tomar cuidado. O candiru aproveita as oportunidades, com ou sem prazer...
Outro dia me lembrei de história contada por veteranos da Marinha na Amazônia. O trote no novato recém-embarcado corre até hoje pelas redes e na famosa e eficaz Rádio Peão.
Logo no primeiro dia, os colegas advertiram o novato sobre os perigos do candiru, também conhecido como “peixe vampiro”. Pequeno, com 2,5 cm a 18 cm, espessura de até 6mm, ele provoca pavor nas pessoas pela forma de ataque: penetra nos orifícios humanos expostos, em especial uretra, ânus e vagina.
Dado o alerta, o novato perguntou sobre os ambientes onde o peixe prospera. A resposta deixou-o ainda mais preocupado. O peixinho sorrateiro pode estar até no vaso sanitário do navio, pois a água usada para a descarga seria recolhida diretamente dos rios.
Feito o alerta, os gaiatos ficaram na espreita dos movimentos do novato. Ele iria ao banheiro em algum momento. Como usaria o vaso sanitário? Dito e feito! Eles conseguiram flagrar o colega com os pés sobre a lateral do vaso, em ato de contorcionismo digno de artista do Cirque du Soleil, cara de assustado e preocupado em terminar logo aquele suplício.
No mesmo dia, alguém da guarnição do navio, penalizado com o sofrimento do colega, abriu o jogo. Tratava-se de trote da turma. O candiru jamais estaria no vaso sanitário. Bem, jamais é palavra forte, pois alguém poderia conseguir um exemplar do peixe e deixar no vaso para assustar ainda mais...
No mesmo papo, veio o alerta: nos rios, a conversa é outra. O candiru pode, sim, penetrar nos orifícios descobertos das pessoas, principalmente se urinarem na água.
Você deve se perguntar sobre o perigo ocorrer em outras práticas, bem mais prazerosas. É bom o casal tomar cuidado. O candiru aproveita as oportunidades, com ou sem prazer...