Crianças e adultos com deficiência severa exigem cuidados especiais de seus responsáveis. Na maioria das vezes, permanecem deitados ou no colo das mães. O problema pode ser minimizado com o uso de cadeiras de rodas especiais, produto caro para as finanças de muitas famílias. A parceria entre o Ministério Público do Trabalho em Roraima (MPT/RR) e o Rotary Club de Boa Vista-Caçari viabilizou o acesso dessas famílias carentes às tão sonhadas cadeiras, fundamentais à mudança de perfil diário em casa.
A Associação Grupo de Mães Anjos de Luz seleciona os beneficiados entre os associados. A análise da equipe multidisciplinar – médicos e fisioterapeutas – define o desenho das cadeiras apropriadas a cada caso. Sim, o produto chega ajustado a quem vai recebê-lo, é totalmente desmontável e vem com bandeja de alimentação. Nos últimos meses, o Rotary executou convênio no valor de R$ 39 mil, com a aquisição de 21 cadeiras de rodas, entregues em duas etapas aos beneficiados.
Crianças da capital e do interior receberam as cadeiras na sede da Anjos de Luz. A procuradora do Trabalho Safira Campos Rodrigues, responsável pela aprovação do projeto, participou da segunda etapa de entrega das cadeiras de rodas e comentou sobre a importância do atendimento aos deficientes: “O dinheiro aplicado no projeto proporciona benefícios incontestáveis às famílias e aos pacientes. Melhora a qualidade de vida de todos”. O presidente do Rotary Club de Boa Vista-Caçari, André Paludo, e a presidente da Anjos de Luz, Maria das Dores, concordam com a avaliação da procuradora. “Essa parceria já tem cinco anos, com resultados excelentes”, diz ele. Das Dores agradece: “Já entregamos mais de 50 cadeiras de rodas especiais. Quem convive com as crianças sabe como a vida deles melhorou”, sentencia a dirigente. 
A procuradora do MPT, Safira Campos Rodrigues, e integrantes do Rotary Club de Boa Vista-Caçari durante entrega de cadeiras especias de rodas
Carolina aprovou
Com quase 19 anos de idade, Carolina Cristina da Costa Cruz sofre de encefalopatia crônica, doença causadora de deficiência dos movimentos e, nos casos severos, retardamento mental. Mesmo assim, a jovem frequenta a escola e interage com os colegas. A mãe, a dona de casa Mauricéia da Costa Cruz, comemora o recebimento da cadeira de rodas. “A cadeira ajuda demais”, diz ela. “Agora a Carolina pode ir à escola, passear, aproveitar mais a vida”. Sentada na cadeira, com a bandeja de alimentação à frente, Carolina entende a mudança. Fica agitada e ri muito quando as pessoas interagem com ela. Longe de ser luxo, é necessidade.
