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    Sexta, 09 Fevereiro 2018 21:21

    Bloco do Pó: mais de 10 anos animando o carnaval de Boa Vista

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    Se hoje surgisse um grupo carnavalesco chamado Bloco do Pó, muita gente torceria o nariz (ou não) pensando tratar-se de cheiradores de cocaína.

    Na inocência de 1962, quando as drogas ainda não dominavam o cotidiano mundial, amigos se reuniram, organizaram e colocaram na avenida uma bandinha composta por homens fantasiados em cima de uma cafuringa (antiga picape) que, com instrumentos de sopro e percussão, animaram o carnaval boa-vistense por mais de 10 anos.

    Com a chegada de novembro e os primeiros bailes pré-carnavalescos em que as novas músicas eram apresentadas para foliões, Zé Pinheiro reunia os amigos para discutir tema e música que levariam para a avenida.

    Politicamente correto: um saco

    No primeiro ano, eles levaram “Qual é pó?” (Escute a música: https://www.youtube.com/watch?v=y5fEozD4S9g), sucesso de Emilinha Borba no carnaval anterior (1961).

    Por referir-se à dúvida que um rapazinho vestindo roupa com detalhes de trajes femininos evocava, Emilinha Borba, componentes do Bloco do Pó e milhões de foliões seriam processados por homofobia ou coisa parecida se a música fosse gravada e cantada nos dias de hoje.

     

    Waldir Abdala, Hildegardo Bantim, Luiz Avelino, Raimuno "Alemão" Barros, Sabá Bodó e Zepinheiro - o dia em que tudo começou

    O nome

    Por causa de naufrágio de barco cargueiro, Zé Pinheiro, comerciante, recebera grande quantidade de talco da marca Gessy com embalagens avariadas, inservíveis para revenda. Abasteceu a cafuringa com a mercadoria perdida e os brincantes do bloco se divertiam jogando pó em passantes.

    Para os anos subsequentes, com o fim do estoque da loja A Brasileira, o Bloco do Pó passou a comprar talco da marca Yardley,  na antiga Guiana Inglesa. Fato é que, por mais de 10 anos, essa turma animada empoou o povo e animou o carnaval de rua de Boa Vista   

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    Aroldo Pinheiro

    Aroldo Pinheiro,  roraimense, comerciante, jornalista formado pela Universidade Federal de Roraima. Três livros publicados: "30 CONTOS DIVERSOS - Causos de nossa gente" (2003), "A MOSCA - Romance de vida e de morte" (2004) e "20 CONTOS INVERSOS E DOIS DEDOS DE PROSA - Causos de nossa gente".

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