O cara é perfeccionista desde sempre. Nascido no Rio Grande do Sul, mas criado em Roraima, aonde chegou com nove anos de idade, e aprendeu, cedo, a enfrentar desafios.
Depois de passar em seu primeiro concurso público, aos 14 anos, transformou-se em profissional competente e respeitado nas áreas em que atua, sejam exatas ou humanas.
Ele consegue superar dificuldades com criatividade, muito estudo e determinação. Aliás, estudar é palavra de ordem; superar-se é obrigação. E se precisar mudar o viés, mude-se.
George Amaro durante serviços burocráticos, na EMBRAPA (Foto: Amaro)
O administrador de empresas George Amaro é assim. Qualquer trabalho precisa estar excelente. Menos, é inaceitável. Aos 50 anos, casado com a advogada Janaína e pai da acadêmica de medicina Bianca, aprendeu com a vida a vencer as barreiras. Até hoje, dá de goleada.
George ficou órfão de mãe aos 11 anos. Criado com a irmã, Analu, pela avó, a professora Erni, tratou de seguir o ritmo da casa. Dona Erni foi responsável pela alfabetização de milhares de roraimenses nos mais de 30 anos de atividades de sua pequena escola. Rigorosa, sabia cobrar desempenho de alunos e netos.
Embora gostasse de artes, George preferiu a área de exatas. Sempre teve facilidade com a Matemática, terror da maioria dos estudantes. A habilidade com números permitiu-lhe aprovação em concurso do INSS.
Como o edital omitia a idade mínima exigida, ele passou e assumiu o cargo. Começou com as rotinas de estatísticas do órgão. Operava telex, encaminhava pessoas para a perícia, enfim, multitarefas. Dois anos depois, já era o chefe do setor de arrecadação.
Familiarizado com os equipamentos pré-informática, fez curso de programador ao lado de servidores da Embrapa/RR. Gostou da equipe. “Botei na cabeça que trabalharia lá”, relembra.
Com 19 anos, passou no concurso. Estava onde queria. Preferiu assumir em Manaus e cursar Economia.
Durante curso na capital amazonense, o instrutor impressionou-se com o seu desempenho e o convidou para trabalhar no Centro de Informação Tecnológica da empresa, em Campinas - o mais avançado do país.
Transferiu-se para lá, trocou o curso de Economia por Estatística, mas precisou retornar ao Norte, devido aos novos rumos do serviço público no recém--instalado governo Collor.
Em Boa Vista, iniciou-se no curso de Matemática na UFRR. Três anos depois, mudou para Administração, na Faculdade Cathedral, onde se formou em 2004. Continuou na faculdade, como professor, por seis anos. Concluiu mestrado em Economia, em 2009. No ano seguinte, passou em concurso para Analista de Pesquisa da Embrapa.
Agora, aguarda o momento de fazer o doutorado, já autorizado pela empresa.
Ajustando equipamentos para registrar mais um pôr de sol em Roraima (Foto: Amaro)
Fotografia
Com o lema “sem medo de mudar”, George encontrou nas artes novas oportunidades.
Quando jovem, fez teatro amador e fotografava por esporte. Em 2010, interessou-se mais pela fotografia. Comprou bom equipamento e passou a registrar flagrantes de paisagens. Suas fotos, postadas em redes sociais, causavam boa repercussão entre internautas. Ali percebeu o quanto poderia avançar nessa área.
Comprou livros técnicos, assinou revistas e sites especializados, matriculou-se em cursos on-line e presenciais - estes quando viajava. Em breve concluirá o curso do Instituto de Fotografia de Nova Iorque. Ele já superou a fase on-line; falta-lhe a etapa presencial, de dois meses.
Com o sucesso na internet, o hobby transformou--se em negócio. Comprou equipamentos ainda mais modernos e montou estúdio, onde prefere trabalhar. “A pessoa sente-se como modelo por um dia. Tento passar essa sensação com as imagens, principalmente em preto e branco, meu preferido”, diz.
O gaúcho multifacetado também oferece cursos com didática simples de entendimento. “Não é minha atividade principal – continuo pesquisador –, mas faço-o com a responsabilidade exigida de profissionais. Sem isso, o trabalho perde a qualidade”, encerra George.
Pioneirismo
Dedicado à área de redes de informática, George participou de momentos importantes na implantação da novidade no estado, então recém-criado. Entre outros, ele elaborou a primeira conexão com a Internet em Roraima, em 1992, com o primeiro acesso a Internet e à WWW feito em Roraima.
Fundou primeiro provedor de acesso nas terras de Makunaima, a TechNet, em 1996, em sociedade com os amigos e também profissionais da área Marcus Quintella Ribeiro e João Cláver Quadros, estes últimos da Justiça Federal em Roraima.
A elaboração do projeto e implantação da empresa levou um ano. Os servidores foram totalmente baseados em software open source. George atuou ne Technet até dezembro de 2004. Foi responsável pelo primeiro servidor de jogos pela Internet de Roraima, em 1999, além do projeto e implementação da primeira rede wireless de acesso público do Estado de Roraima, em 2001, assim como o primeiro portal de informações do Estado de Roraima, em janeiro de 2002.
A seguir, alguns pores de sol registrador por George Amaro: