Na semana passada, quando do cumprimento de mandados judiciais na tentativa de prender o ex-governador Neudo Campos, a Polícia Federal colheu depoimento de Pablo Argenis Martinez Gonzales, militar reformado da Guarda Nacional venezuelana, que estava em uma das residências onde foi cumprido mandado de busca e apreensão.
O coronel disse que estava no Brasil para tratar de negócios e que seu interlocutor direto era Neudo, pois, em reunião, a governadora o apresentou como assessor e que ele deveria cuidar do assunto, “nessa função, Campos estaria encarregado de negociar e supervisionar projetos de investimentos, que são de grande importância para o Estado".
Gonzalez disse que esteve reunido com Neudo, o sul coreano Doutor Sul e Maria de Fátima Araújo Costa [secretária-adjunta de Relações Internacionais do Estado de Roraima] no domingo, dia 22, na residência onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão - rua Arapari, 1658, no bairro Paraviana - e que, na época, não sabia da existência de mandado de prisão em desfavor do ex-governador.
O venezuelano declarou, ainda, conhecer Jucelyn Sued Fernandes Silva e Youhurts Makinss da Silva Peixoto [policiais militares presos em operação da PF] como seguranças de Neudo e que, quando se reuniam, um dos dois (Jucelyn ou Yohurts) sempre estava presente.
No mesmo depoimento, Pablo Gonzalez disse ter-se surpreendido com a presença de Neudo naquele endereço no dia 22, pois a próxima reunião entre eles tinha sido agendada somente para o dia 9 de junho. Na visita, Campos perguntou se “os investimentos seriam seguros e que autoridades viriam da Coreia do Sul e de Brasília para participar do próximo encontro".