Imagine o que é assistir ao definhamento da pessoa amada diante da incompetência e inoperância do poder público, ter que acordar cedo e dormir tarde - ou passar muitas noites sem dormir - para dividir o tempo entre a busca por seus direitos em repartições públicas, correr atrás de ajuda, mendigando em gabinetes de políticos e tentando mobilizar a sociedade para que um tratamento contra câncer não seja interrompido.
Nos últimos três anos, essa é a realidade vivida pelo repórter fotográfico Antônio DIniz, 54, - desde que um tumor maligno foi detectado no organismo de sua esposa, Edileuza. Os medicamentos são caros e o Estado não se dispõe a cumprir a sua obrigação de oferecer saúde aos cidadãos.
Diniz tem se valido de redes sociais para conseguir fundos sempre que precisa comprar unidades do remédio que traria mais conforto e esperança para sua companheira, com quem é casado há 34 anos. Apesar da determinação da Justiça para que o Governo do Estado providencie o medicamento (quatro cápsulas, necessárias para esta fase do tratamento, custam mais de R$ 20 mil reais), ele tem medo que a sequência do tratamento seja perdida e Edileuza venha a sofrer mais do que tem sofrido. Diniz botou à venda seu carro, sua moto e até mesmo seus equipamentos fotográficos
Com empenho de amigos, o fotógrafo conseguiu dinheiro para comprar quatro frascos do medicamento para Edileuza. Mas quem pagará as próximas 87 doses?
Pelo Facebook, Fabiana Nogeira comemora essa primeira vitória e informa que as unidades restantes serão pagas pelo Governo do Estado, por determinação da Justiça - inclusive com bloqueio de saldos bancárias.
Quantas Edileuzas passam pelo que a esposa de Antônio Diniz está passando?