Na rua Pedro Rodrigues, a poucos metros do cruzamento com a avenida Terêncio Lima, à direita, o portão se abre pelas nove da noite. Marinetes, Keylas, Demonierrisson Jerrys, Ribamares, Nonatos, Marias e Josés de diversos tipos e procedências entram, assentam-se, pedem bebidas e entregam ouvidos à boa música que vem do pequeno palco central.
O movimento de pessoas entrando aumenta. Perfumes de qualidade se misturam a extratos de origem duvidosa; vestidos elegantes com brocados e penduricalhos convivem harmoniosamente com shorts curtíssimos e saias que mal cobrem as pudendas partes femininas; engomadas camisas de linho, impecáveis calças de microfibras e reluzentes sapatos de couro trocam ideias com camisetas, bermudões e tênis.
Essa mistura faz do Serestão do Grecas (Grêmio Recreativo de Cabos e Soldados) o ambiente democrático e saudável aonde todos vão atrás de diversão. Acompanhados por teclado e contrabaixo, sucessos antigos de Ângela Maria, Cláudia Barroso, Dalva de Oliveira, ao lado de músicas mais recentes saem da garganta forte e afinada de Regina Lima.
Casais, de rosto colado ou não, se entregam aos passos dobles. Na voz suave e agradável de Bob Carlos, ouvem-se Nelsons Gonçalves, Fagners, Robertos e Erasmos Carlos. Em sábado recente, 24, Moisés de Ferraz, cantor de música sertaneja apresentou-se entre um e outro artista da casa. “Frequentadores querem, eu trago”, justifica o amapaense David Glan, empreendedor da noite roraimense.
A festa começa todos os sábados às 22h e vai até as quatro da manhã. David se empolga ao dizer que, em quase um ano de atividades no Grecas, não viu surgir nenhuma briga, uma confusão entre os frequentadores do bailão. “Uma vez, um bêbado mais alterado resolveu fazer graça e, logo, nossos seguranças o colocaram para aprontar do lado de fora”, diz o jovem empresário que idealizou e administra o negócio.
Mensagens do leque
Dizendo ser sua primeira noite no Grecas, à reportagem ela ensinou que o leque à sua mão, além de amenizar o calor, tem mensagem própria para responder a uma paquera ou convite para dançar:
1- Cansada; 2- Nem pensar; 3- Pode ser (Fotos: Aroldo Pinheiro)
(Observação: reportagem publicada em 2 de fevereiro de 2015)