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    Segunda, 11 Setembro 2017 10:12

    Potó morreu. Potolândia deve continuar

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    Potó morreu. Potolândia deve continuar Arquivo pessoal / Fotomontagem: Aroldo Pinheiro

    O palhaço foi enterrado em Boa Vista, cidade onde ele fez muitos amigos

    Se você perguntar a qualquer menino, morador em Roraima na segunda metade da década de 1980, quem foi João Freitas dos Santos, quase todos responderão “não sei”. Mas se falar do palhaço Potó, a coisa muda.

    Quer seja no picadeiro ou mesmo como empresário do entretenimento, Potó marcou a vida de várias gerações. Esta semana, quem sempre provocou o riso deixou seus fãs e amigos tristes. Ele morreu na quarta, 5, em Manaus, vítima de infarto do miocárdio, aos 71 anos.

    Potó chegou a Boa Vista como diretor de artes cênicas do maior circo da segunda metade do século passado. O Circo Orlando Orfei, pertencente ao domador de mesmo nome, encantou os roraimenses com seus animais, equilibristas, malabaristas e palhaços, estes comandados por Potó. Magnetizado pelo
    ambiente circense, Potó se casou com Sandileuza no picadeiro. Da união nasceu o filho, Alexandre, pai de Caio, Cauã e João Guilherme, xodós do avô.

    Em 1985, Orfei decidiu circular pela América do Sul. Sairia pela Amazônia, mais precisamente por Roraima, com a cobertura da equipe do Globo Repórter. À época, a estrada só tinha asfalto em alguns  trechos. Assim, a caravana veio de balsa até Caracaraí. Dali subiu pela estrada até a capital, onde aguardou o visto de entrada na Venezuela. O documento demorou mais de dois meses até ser liberado.

    (Sérgio Paulo)

     

    Foi o tempo de Potó avaliar o passo mais importante de sua vida profissional: permaneceria na cidade onde teve excelente recepção, principalmente entre os irmãos de Maçonaria. Alexandre já estava com seis anos e precisava integrar- -se à vida escolar.

    Orfei reagiu mal à notícia. Comentou com este repórter, pouco antes de pegar a estrada em direção à Venezuela, que Potó “fez a maior bobagem da vida dele”. O italiano duvidava da adaptação do palhaço à rotina fora do circo. Segundo amigos de Potó, Orfei errou feio.

    Em pouco tempo, o artista transformou-se em pequeno empresário. Ele criou o parque Potolândia, com brinquedos até então inexistentes na cidade. Depoimentos de antigos frequentadores em redes sociais nos últimos dias atestam a sua generosidade.

    Ele dava bilhetes a mais sem se importar com o tamanho do lucro da empresa. Queria ver o sorriso no rosto de cada criança, como sempre acontecera em sua vida.

    Em 1998, Potó percebeu a necessidade de buscar mercado maior. Transferiu-se para Manaus com sua família e brinquedos. Montou o Park Potolândia, até hoje com muita frequência, inclusive em cidades vizinhas.

    Alexandre administra o empreendimento. Ele garante que tudo continuará como antes, menos a presença do pai. Mas a cada sorriso dado, lá estará a essência da filosofia de Potó, um homem dedicado a fazer as pessoas felizes.

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