Limpar mais de uma dezena de abrigos de refugiados venezuelanos é apenas um desafio a mais no cotidiano da Operação Acolhida e seus parceiros, entre eles o Rotary. O esforço de garantir vida digna às famílias vindas do país vizinho exige mão de obra e grande volume de recursos suficientes ao pagamento das despesas. Qualquer doação ajuda bastante.
Assim nasceu o projeto idealizado pelo rotariano Celso Bergmaier, de Chapecó (SC), de compra de máquina para produzir hipoclorito de sódio, composto que é a base para a fabricação de água sanitária.
Celso veio a Roraima conhecer a Operação Acolhida. Depois de uma semana de visita, decidiu angariar fundos para comprar o equipamento. Uniu-se a rotarianos de várias partes do País, inclusive da Amazônia, e conseguiu o dinheiro. A compra, recebimento, verificação de instalação e início da produção ficou sob a responsabilidade do Rotary Club de Boa Vista-Caçari.
Hoje, a máquina produz 150 litros de produto por dia. Ao processar o hipoclorito, conseguem-se 750 litros de água sanitária, quantidade suficiente para o abastecimento dos 13 abrigos. O excedente vai para doação a entidades parceiras do Rotary na capital.
LINHA DE PRODUÇÃO - Paulo Bragato ajuda na fabricação de hipoclorito de sódio (Foto: Fernando Teixeira)
Parceria
A ADRA (Agência Humanitária daIgreja Adventista do Sétimo Dia) entrou na parceria como fornecedora de voluntários para operacionalizar o equipamento. O projeto deu tão certo que a agência já providenciou a compra de duas máquinas iguais para ampliar o fornecimento de produto.
O MPT/AM-RR (Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima) entrou na parceria com recursos para aquisição de embalagens e insumos necessários à produção.
O governo do Estado de Roraima também contribui, oferecendo água e luz gratuitamente à escola onde a água sanitária é fabricada. O desinfetante é distribuído semanalmente aos abrigos.
À distância, Celso Bergmaier sente-se orgulhoso pelo sucesso do projeto. “Jamais imaginei que eu pudesse contribuir dessa forma em reduzir o problema dos refugiados”, disse ele. “Quando alguém decide ajudar, é voluntário, vê suas ações bem sucedidas como recompensa”.
O também rotariano Paulo Bragato, do clube roraimense, comemorou o sucesso do projeto. “Quando há sintonia entre as pessoas, boas ideias, compromisso com o objetivo final, só pode dar certo”, comenta ele. “Tenho certeza de termos ótimo caminho pavimentado para outros projetos vitoriosos”, finalizou Bragato.
ESTRATÉGIA - Celso Bergmaier em reunião no Posto de Triagem da Operação Acolhida (Foto: Fernando Quintella)