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    Sábado, 17 Novembro 2018 15:26

    Completar 100 anos é para fortes

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    Completar 100 anos é para fortes Arquivo pessoal

    Saudável, alegre, feliz, dona Zuleide comemora 100 anos de vida

    Antigamente, a pessoa completar o centenário era um milagre. Nos tempos modernos, de oitentões sarados, bem dispostos e com a saúde em dia, passar dos 90 anos pode ser considerado razoável. Mesmo assim, entrar nos três dígitos com lucidez e alegria ainda surpreende. É o caso de dona Zuleide Mathias de Souza, nascida no último ano da 1ª Guerra Mundial, em fazenda na região do Surumu. Na época, nem escola havia por lá. “Aprendi só o ABC, mais nada”, comenta vovó Zulde.

    Em outubro passado, a imensa família promoveu festa inesquecível em comemoração aos 100 anos da matriarca. Lá estavam filhos, netos, bisnetos, trinetos e tataranetos em torno da aniversariante, com direito a cantoria da vovó Zuleide. Faltaram as poesias, declamadas na juventude, mas esquecidas com o passar dos anos. “Ela fazia um tipo de cordel com as amigas”, lembra a filha, a advogada Graça.

    Nascer no início do século passado, no interior do então município do Amazonas (o território federal foi criado em 1943), representava grande desafio. Sem estudo, com a vida rural rotineira, casar aconteceu naturalmente. “Casei três meses antes de completar 14 anos”, conta ela. Quando se separou do marido, Severino, no início da década de 1960, enfrentou outra batalha: mulher separada em tempos de rejeição ao fim do casamento. Levou os filhos para a antiga Vila Pereira, começou a lavar roupas e costurar. “Minha mãe me ensinou a costurar. Eu fazia costuras que pareciam feitas na máquina”, comenta. “Tive muita ajuda dos padres no interior. Eu trabalhava na cozinha do internato dos meninos”, lembra ela.

    Neta, Izabel Cristina, curtindo a vovó centenária (Arquivo pessoal)

    Garra e vontade de viver

    Vovó Zuleide tocou a vida com muita garra e alegria. Veio para Boa Vista quando os filhos chegaram à idade de prestar o serviço militar, já na década de 1960. Sempre com o trabalho de costureira e lavadeira, manteve a casa, agora com a ajuda dos filhos.            Nas lembranças da família, momentos divertidos. A neta Ana Zuleide descobriu o método da avó para identificar notas baixas nos boletins. “Ela associava a tinta vermelha da caneta a recuperação. Tinta azul, estava tudo bem”, comenta, rindo. “Sem saber ler, a vovó criou atalhos para superar essa dificuldade”, complementa.

    Animada, vovó Zuleide topa qualquer programa fora de casa. Tomar café com a neta? Convite aceito na hora. A dança veio com uma cozinheira ainda nos tempos do internato. “Ela saía da cozinha dançando. Eu imitava atrás. Gostei tanto que nunca mais parei de dançar”, diz a centenária.

    Por tudo isso e muito mais, vovó Zuleide recebeu a homenagem da família em outubro. O segredo da longevidade? “Nem eu sei. Nunca pensei chegar aos 100 anos”, finaliza.

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