Reportagem publicada em 31 de dezembro de 2024, na edição impressa número 225
Voluntários recolhem, nas ruas, cães em estado de vulnerabilidade extrema e dão esperança de vida melhor
É fácil você assistir às publicidades na TV com animais saudáveis, lindos, saltitantes. Duro é passar pelas ruas e se deparar com cães maltratados de todas as formas. Poucas pessoas param diante da cena. Pois os voluntários da Associação Yawara de Proteção Animal param, recolhem aqueles em estado crítico e tratam deles. A partir daí, o jogo da vida faz a sua parte.
Localizada em imóvel próprio no bairro Centenário, a entidade, criada em 2009, tem capacidade para receber até 20 cães, em baias individuais. Mesmo os casos mais difíceis podem ser bem sucedidos. -
Temos casos impressionantes, diz a diretora Sabrina Seiberlick, estudante de psicologia, há dois anos incorporada ao grupo. O Kakashi chegou aqui em situação crítica. Graças ao trabalho competente dos veterinários contratados ele sobreviveu. Nem pergunte a raça do sortudo Kakashi. “Todos os cães recolhidos são vira-latas”, esclarece Sabrina. Como a entidade sobrevive? Segundo a diretora, “as receitas vêm da contribuição dos associados, de doadores mensais não afiliados, de rifas, bazares, campanhas desenvolvidas por outras entidades, além de doações de empresas, com o fornecimento de rações e até cremação dos animais mortos”.
No caso das clínicas veterinárias, o atendimento é na base da confiança. - Se temos dinheiro, pagamos na hora. Se não temos, eles lançam na nossa conta. Coisa de amigo mesmo. O compromisso é levar o medicamento a ser usado no animal. O resto é negociável, explica Sabrina. A comunicação virtual da Yawara é atuante, principalmente no Instagram. A conta @ yawaraoficial informa sobre suas atividades, mostra casos, faz pedidos de ajuda. O canal consegue mobilizar o público, principalmente a juventude.
- Precisamos cada vez mais de voluntários, diz Sabrina. Infelizmente, a grande maioria dos candidatos é de adolescentes. Como todos nós assinamos termo de responsabilidade por nossas atividades com os cães, pelo risco de mordidas ou contágio, eles ficam impossibilitados de juntarem-se a nós. Que tal dar aquela força à Yawara. Entra lá no Insta e confere. Os animais agradecem.
Glorinha. A abrigada mais antiga. Foi vestida de debutante no aniversário de 15 anos da Yawara
Kakashi antes da mandibulectomia parcial
Sabrina atende animal ferido. A cadela já foi adotada