De segunda a sábado, o entra e sai de pessoas no número 1233 da avenida das Guianas (BR-401), entre as avenidas Ville Roy e Nossa Senhora da Consolata, é intenso. Ali, em prédio que pertence ao Governo do Estado de Roraima, 10 simpáticas costureiras tiram medidas, fazem moldes, ajustam máquinas e se empenham na feitura, ajuste ou reparos de roupas da clientela.
“Hoje, o movimento está mais fraco, pois, além da covid-19, muita gente tem medo da quantidade de imigrantes e desocupados que se reuniam aqui perto, em torno da rodoviária. Todos os dias, entretanto, surgem clientes novos e, algumas vezes, somos obrigadas a recusar encomendas”, diz Maria Bernadete Silva Nunes, cearense de Aracati, uma das mais antigas e a mais falante no Centro de Produção Comunitária.
Em maio de 1996, época de sua inauguração, o CPC abrigava 19 mulheres que, por meio da Secretaria do Trabalho e Bem Estar Social (SETRABES), conseguiram financiamento com juros subsidiados para a compra de máquinas, equipamentos e materiais de consumo. “Todos os empréstimos foram pagos e tudo aqui dentro nos pertence”, destaca Maria Bernadete.
Despesas com água, luz, e pequenos reparos são rateadas pelas costureiras, que mantêm o local sempre limpo e agradável.
Entre as profissionais com mais de 50 anos de idade, duas jovens, que eram criancinhas na época da inauguração do CPC, também tiram seus sustentos das máquinas de costura:
Oriana Muñoz, 23, venezuelana de Ciudad Bolívar, casada, mãe de Nicole, 7, que deixou sua terra natal quando se iniciaram as dificuldades trazidas pelo governo de Nicolás Maduro. Tímida e simpática, costurando no Centro há 6 anos, Oriana já comprou terreno e está construindo casa para a família.
Amanda Andrade, 22, iniciou seus ziguezagues, chuleios e arremates no CPC há poucos meses, logo depois que sua mãe resolveu parar de costurar. Solteira, com Segundo Grau completo, a roraimense diz estar dando um tempo para retomar os estudos e fazer curso de enfermagem.
Especializações
As profissionais do CPC dizem pegar qualquer tipo de encomenda, mas cada uma tem suas preferências: Francisca Jacinta, conhecida por “Mocinha”, por exemplo, - que não estava presente na hora das fotos - prefere fazer roupas masculinas. Rosa Monai, Francisca Lopes e Regina Araújo preferem fazer ajustes em confecções.
Independentemente de suas preferências, as simpáticas costureiras do CPC garantem fazer questão de produzir com qualidade e de cumprir prazo.
No Centro de Produção Comunitária, na avenida das Guianas, Maria Bernadete Silva Nunes, Regina Araújo, Oriana Muñoz, Rosa Monai, Amanda Andrade e outras costureiras cuidam da elegância do boa-vistense