A todo momento me lembro do teu sorriso. Era raro, assim como te ouvir dizer palavras carinhosas. Por isso mesmo, quando se mostravam, meu coração era afagado. Você sempre foi calado, quieto, embora jurasse ser desinibido, engraçado e brincalhão. Passou longe de me mostrar esse lado.
A meu ver, devia ser guardado somente para aqueles que viviam no teu íntimo. O que eu tinha contigo, sempre soube, era passageiro. Por isso mesmo, vivi cada instante como se fosse o último. Eu te beijava, te abraçava, te cheirava sem parar. Acariciava teus macios e brilhantes cabelos, cujo odor era agradável como cheirar a barriga da minha gatinha de estimação.
Às vezes, quando você decidia ser o carinhoso da história, meu corpo se enchia de arrepios. “Bebê...”, dizia ao me chamar. Agora, depois de meses, sua voz faz ecos na minha mente e a saudade martela meu coração. As músicas de letras e ritmos nojentos, agora, parecem fazer sentido.
A todo momento peço para “meu loiro” ser trazido de volta. Bobagem. Nunca fora meu. Entretanto, eu espero, dentro da calmaria possível, pela sua volta. Mesmo não sendo amor nem paixão, meu gostar por ti aperta o peito e faz lágrimas escorrerem dos meus olhos.
Volta logo, loiro tosco.
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