“Você está preparado para o futuro?” Desde sempre ouvimos essa pergunta. Há séculos, os pais preocupam-se com o futuro dos filhos. Há 80 anos, o Banco do Brasil, carreira militar e magistério estavam no topo das preferências, principalmente o banco, sonho de independência financeira de jovens em todo o País.
A tecnologia chegou e mudou o cenário definitivamente. A sua profissão daqui a dez anos pode ainda nem existir. Duvida? Pesquise sobre as profissões antes existentes hoje descontinuadas pelo mercado. Você vai se assustar. Mas antes de entrar em pânico, entenda como deve se preparar para o novo mundo.
A pedagoga Maria José Alves da Silva, mestre em Educação Empreendedora, acumula décadas de experiência na área, em especial como funcionária do Sebrae/AM, onde foi diretora. Hoje, ela dirige empresa especializada na área de consultoria e treinamento. Ao mesmo tempo, cursa pós-graduação em Psicologia Positiva e graduação em Neurociência. Maria José também precisou adaptar-se aos novos tempos.
“Em time que está ganhando não se mexe”, diz o ditado esportivo. Será? Quem o usa na área empresarial corre sério risco de ficar para trás da concorrência. Nos dias atuais, avaliar o potencial dos funcionários pode representar salto de qualidade nos serviços oferecidos.
“Nosso trabalho começa com o diagnóstico de situação de todos os setores da empresa ou órgão público“, diz Maria José. “Usamos várias técnicas de avaliação dos métodos aplicados e da capacidade e habilidade dos funcionários”, complementa. Segundo a dirigente, é comum a pesquisa mostrar a aptidão de pessoas para outras tarefas, com melhor desempenho.
Com os recursos da neurociência, o mundo mudou. O cérebro é treinado para atuar em várias situações. Maria José adotou o nome Plasticidade Profissional para definir a capacidade de adaptação das pessoas aos objetivos traçados, novos ou antigos. O profissional deve mostrar-se capaz de mudar, aceitar novos desafios em outras áreas. Afinal, quantas profissões evaporaram nas últimas décadas? Você muda ou estará fora do mercado. “O profissional moderno deve ser especialista e generalista ao mesmo tempo”, sentencia Maria José.
ABRA OS OLHOS (E A CABEÇA)
A tecnologia sempre foi considerada inimiga dos empregos formais. Vemos vagas ocupadas por pessoas serem cortadas pelo uso da informática. Os bancários conhecem bem essa realidade. Maria José vê lado positivo na troca, se houver adaptação do ser humano ao quadro. “As pessoas se desumanizaram com o uso da tecnologia”, adverte. “Se usam robô em determinada tarefa, pense em quantas pessoas são necessárias para dar suporte ao seu uso. O relacionamento humano ficou mais pobre com quem troca o contato pessoal pela tecnologia. Se nos re-humanizarmos, encontraremos o caminho ideal para os novos tempos”, finaliza.
Em time que está ganhando se mexe, sim. Você pode se surpreender com o sucesso do antigo zagueiro, agora atacante e artilheiro. Prepare-se para as mudanças e você terá sempre vaga no time.