Apesar de ter lugares espetaculares, hotelaria de boa qualidade, restaurantes com boa comida e custo de vida baixíssimo (depois de feito o câmbio de reais em bolívares), fazer turismo na Venezuela sempre divide opiniões entre brasileiros.
Um dos principais destinos escolhidos por roraimenses e amazonenses, viajantes devem ser cautelosos ao pisar em solo venezuelano. Dissabores podem surgir já em Santa Elena de Uairén, onde descuidistas se aproveitam para surrupiar valores de bolsas e arrombar carros para levar o que encontrarem.
Policiais, soldados do exército bolivariano e agentes da Guardia Nacional podem ser mais perigosos que os bandidos. Corruptos até a alma, todos estão sempre prontos a tomar algum dinheiro de viajantes. São capazes, até, de inventar problemas de documentação do visitante para, “por uma propina”, resolverem.
Se o turista pretende ir além da primeira cidade depois de cruzar a fronteira, deve preparar-se para humilhações e, claro, pagar propinas em todas as muitas alcabalas (postos de fiscalização) pelo menos até Puerto Ordaz – cidade industrial no Estado Bolívar.
Assaltos
São muitos os relatos de assaltos. Alguns com morte. Nos últimos dias de dezembro, turistas brasileiros que visitavam o Estado Nueva Esparta (Ilha de Margarita) foram atacados por delinquentes que, com armas de grosso calibre, renderam todo mundo e levaram valores e documentos. Ao Roraima Agora, o comerciante amazonense Marcos Uchoa, disse que pretendia passar festas de fim de ano na ilha caribenha. “Foi tanta aporrinhação, tanta insegurança, que decidimos voltar e passar as festas com parentes que vivem em Boa Vista”, lamenta.
Em sua página no Facebook, o jornalista Rui Figueiredo alerta: “Se deseja ir a Margarita, reserve o dinheiro da propina: 80 dólares para automóvel, 120 para SUV ou picape e 30 por pessoa. Se a opção for deixar o carro em Puerto La Cruz e atravessar num barco de passageiros, reserve 1,5 milhão de bolívares (150 Reais) de propina por viajante”.
Figueiredo sugere outros destinos na Venezuela: Tucacas, no estado Falcon, por exemplo. O jornalista informa que ali – a duas horas de Caracas, por estrada - há belas ilhas com ondas calmas, areia branca e água cristalina. Diz ainda que a região tem bons hotéis e pousadas, além de comida a preços convidativos.
Quer ir à Venezuela? Cruze os dedos, reze e parta.