Toneladas de equipamentos, gerador elétrico de 145KVA, 240 mil watts de som, 60 cordeiros, 15 seguranças, comodidade e os 12 integrantes da banda Tacalepau, trazendo músicas para não deixar ninguém parado, prometem o melhor carnaval de blocos de Roraima.
A furupa já começou. Desde os primeiros dias de fevereiro, a banda Tacalepau, criada para animar foliões do Bloco Canaimé, se reúne na residência de Rosy Antony estabelecendo repertório e passando o som que vai arrastar 20 centenas de pessoas dentro da corda, trazendo alegria para a turma da pipoca e levantando espectadores do carnaval de rua de Boa Vista.
A rotina é a mesma desde 2009. “Lembro-me de quando começamos, com um ônibus velho, amplificadores rudimentares e muita vontade de dar vida ao nosso carnaval de rua que vinha morrendo”, diz Rosy.
O pessoal do Canaimé não para. Rosy, presidente eterna do bloco - que, na Macuxilândia, só perde em longevidade no poder para Zeca Xaud, na Federação Roraimense de Futebol, e Zuza Araújo, no Baré Esporte Clube -, parece ter o celular grudado no ouvido. Enquanto fala com quem ligou, acerta mídia com Junior Carolino, passa instruções para o assessor Miguel Borges, ouve a música que vem das vozes de Ju Alves e Emílio Aragão e afasta os cachorros que insistem em acompanhar a movimentação da dona. Tudo tem que dar certo.
A missão de vender 2 mil abadás é primordial. Os primeiros, negociados a R$ 40 cada, já se foram; redartários pagarão R$60 pelos seus.
A turma que se reúne na casa da presidente também ultima detalhes para a feijoada programada para o dia 18, com ensaio geral e extensa lista de atividades. “Cerveja vai dar no meio da canela”, diz a bioquímica.
Origem
O nome do bloco é inspirado em Canaimé, figura mitológica da cultura indígena, fazendo trocadilho com “cana” e “mel” (nomes que, informalmente, em Roraima, são dados a qualquer bebida alcoólica). Miguel Borges, guitarrista, integrante da banda Tacalepau, diz ter composto a música tema deste ano casualmente: “A música surgiu da falta de inspiração e da frase “eu sou Canaimé” insistindo em minha cabeça; logo me dei conta de que o refrão seria esse. Bom é que “eu sou Canaimé, eu vou Canaimé” é fácil e gostoso de cantar e repetir. Já pegou”, festeja.
E é assim: a furupa continua até o fim do desfile na avenida Ene Garcez.