No dia 25 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o deputado Jalser Renier fosse afastado da presidência da Assembleia Legislativa de Roraima. Moraes determinou, ainda, que nova eleição para a mesa fosse feita no prazo de 48 horas e que nenhum componente dessa diretoria poderia reocupar cargo.
A notícia surpreendeu todo o Estado. Atônitos, políticos passaram a correr da sala para a cozinha. Enquanto a assessoria de Jalser afirmava que o deputado iria recorrer, o governador Antonio Denarium exonerou Soldado Sampaio (PC do B) do Gabinete da Casa Civil do Palácio Senador Hélio Campos para que ele reassumisse o cargo de deputado e se candidatasse à presidência da Casa.
No dia 29, em sessão ordinária, os 19 deputados presentes elegeram Soldado Sampaio, por unanimidade, para presidir a Assembleia Legislativa do Estado de Roraima.
Eleito pela primeira vez em 2010, Sampaio está em seu terceiro mandato.
Inimigo visceral de Jalser, certa vez, discursando em plenário, ao denunciar desmandos e atos de corrupção do então presidente, Sampaio, que foi soldado da Polícia Militar, ironizou: “Deputado, aqui falando está um polícia e aí, nessa cadeira, ouvindo, está um bandido”.
Um dos primeiros atos do novo presidente foi exonerar todos os cargos comissionados da Casa. Na semana passada, em reunião com dezenas de aprovados em concurso, Sampaio assumiu compromisso e estabeleceu calendário para convocar todos os selecionados na última seleção até junho.
Hoje, antes do fechamento desta edição, fomos informados que 10 daqueles aprovados em concurso tomaram posse na ALE.
Se a vida pregressa do novo presidente servir de parâmetro, a Assembleia Legislativa de Roraima terá uma administração séria e comedida.
Em intervalo de menos de 30 dias, Renier já entrou com cinco recursos buscando reverter o quadro e voltar à presidência da ALE – que ele ocupou por 15 anos. À boca pequena, ironizando a situação, adversários dizem que “feito o Miúdo, Jalser vai morrer tentando”.