Se, na história, Cristo usou de seus poderes milagrosos para multiplicar pães e peixes que alimentariam centenas de pessoas na Galileia, na atualidade Rosângela dos Santos usa de seu trabalho e espírito empreendedor para produzir laticínios, alimentar a família e estabelecer negócio promissor.

Na virada do século, em Ji-Paraná (RO), Rosângela Gomes casou-se com Sebastião dos Santos Rosa e, juntos, os dois passaram a viver do que a fazenda dos sogros produzia. Nascida a primeira filha, Rosângela começou a pensar que não podia acomodar-se à vida que levava: precisava oferecer algo melhor para a filhota.

Ao fim da primeira década do século 21, um promotor de Justiça em terras macuxis, amigo da família, falou ao casal sobre a possibilidade de Roraima poder oferecer melhores condições para quem quisesse começar algo. Mais, a autoridade ofereceu-se para ajudar os Rosas em seus primeiros dias no Estado mais setentrional do Brasil.

Em 2012, trazendo todos os seus quase-nada, Sebastião, Rosângela e a pequena Daniela – primeira filha do casal – chegavam ao Estado de Roraima.

Depois de adquirir pequena área no Roxinho, no município de Mucajaí, Sebastião dedicou-se a gado de corte – compra, engorda e venda. A situação econômico-financeira dos Rosa melhorava. Mas a passos lentos.

Inquieta, em 2013, quando a pequena Daniela já não exigia tantos cuidados, Rosângela separou nove dos poucos litros de leite produzidos por suas vacas paridas e, utilizando-se de conhecimentos transmitidos de sua avó para sua mãe que passou para ela própria, fabricou algumas peças de queijo e saiu oferecendo de porta em porta na sede do município.

A ótima aceitação de seus queijos serviu de incentivo para que Rosângela seguisse produzindo cada vez mais e, adquirindo leite de fazendas e sítios das redondezas, aumentasse sua produção de laticínios.

A crescente procura pelos produtos de Rosângela fizeram com que seus queijos fossem trazidos semanalmente para Boa Vista, onde o poder aquisitivo de consumidores e a aceitação dos laticínios são maiores.

Com o nome feito pela qualidade de seus queijos, iogurtes, doces, Rosângela deixou de sair vendendo de porta em porta. Para facilitar, colocou no cruzamento da BR-174 com a vicinal que leva à sua fazenda uma placa anunciando seus queijos: “Invejosos destruíram o anúncio”, diz Daniela.

Nesse meio tempo, os Rosas ganharam mais uma filha, Ana; Daniela casou-se com Mateus Ataneira e, com a compra de equipamentos, contratação de funcionários e crescente aumento da clientela, os empreendedores decidiram enviar, duas vezes por semana, seus produtos para serem comercializados em Boa Vista. Deu muito certo.

A destruição da placa, no entanto, não saía da mente de Rosângela. Corajosa, ela decidiu registrar a firma, ajustar a fábrica às exigências da Vigilância Sanitária, enfim, dar todos os passos para abrir um ponto comercial na sede do município de Mucajaí. Dois coelhos numa cajadada: além de mostrar para invejosos que o trabalho vence a maldade, os produtos da Danny & Ana estariam à vista de quem passasse pelo centro de Mucajaí utilizando-se da BR- 174.

Hoje, além de três qualidades de queijo – manteiga, coalho e Minas -, o Sítio Danny & Ana oferece coalhada, nata fresca, a trabalhar, doces de leite e diversos sabores de iogurtes. Saindo do meio dos laticínios, a empresa também oferece polpas de frutas regionais, paçoca de carne bovina e molhos de pimenta.

Danny, que quando não está no sítio ou distribuindo produtos em Boa Vista gerencia o ponto de vendas na cidade de Mucajaí, faz questão de dizer que todo o empreendimento foi financiado pela coragem e determinação de sua mãe e, em todos esses anos, não tiveram nenhum apoio oficial.

Hoje, com documentos encaminhados, o Sítio Danny & Ana espera pela aprovação de órgãos competentes para que a empresa possa dar passos mais longos.

Se você quiser experimentar das delícias produzidas pelo Sítio Danny & Ana, vá ao número 2395 da avenida Nossa Senhora de Fátima, em Mucajaí, ou entre em contato pelo telefone/WhatsApp 99120-8656. Entregas em Boa Vista são sempre às terças e quintas-feiras.