O problema foi sério, com direito a atendimento de emergência no fim da noite, pois a dor na coluna estava insuportável. Relatei o episódio, de triste memória, em crônica bem-humorada neste espaço.
Na semana passada, novamente em Miguel Pereira, recebo o convite para ir à Missa. Agradeci a gentileza, mas preferi ficar em casa, cercado por santos de todos os lados, inclusive Santo Antônio.
Meus primos Ana Lúcia e Rui, visitantes do dia, ficaram sem entender a recusa, enquanto os também primos Stella e Odair riam da minha atitude. Antes mesmo de eu esclarecer o caso, Odair deu a versão dele, totalmente falsa: “Esse pão duro só ia dar dois reais. O santo reagiu na hora”.
Tratei de repor a verdade na conversa. “Eu tentei sair para o corredor. Meu sapato prendeu no genuflexório e eu caí. E eu ia dar mais do que dois reais”, protestei. “Onde mesmo?”, perguntou alguém. “No genuflexório”, insisti.
Por incrível que pareça, nenhum deles sabia o significado da palavra. Teve quem garantisse tratar-se de invenção minha. Rebati na hora: “Vão à igreja e não sabem o que é genuflexório?” Imediatamente, o grupo exigiu o esclarecimento da questão. Foi fácil: “Genuflexório é aquele movelzinho em que os fiéis se ajoelham. Fica atrás dos bancos ou pode estar à frente do altar, no caso de casamentos”.
Correram ao Google, ainda em dúvida sobre a resposta. Estava lá, confirmada a minha versão. Nem deu tempo para comemorar. Odair logo emendou o argumento definitivo:“Pode até ser genuflexório, mas você tropeçou porque só ia doar dois reais na hora do ofertório. Pão duro!"