Peteleco calou-se para sempre. O boneco que fez a alegria de crianças de boa parte da Região Norte do Brasil, na segunda metade do século passado, morreu com a morte de seu criador: Oscarino Farias Varjão. Oscarino morreu na noite de domingo, 15, no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, na zona centro-sul de Manaus (AM).
Comunicado da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas informa que Oscarino morreu após parada cardiorrespiratória.
Carla Tatiana, 32, filha do artista, declarou ao jornal A Crítica que Oscarino estava internado desde o dia 13, por causa de um câncer no estômago. Muito emocionada, ela ressaltou que o pai sempre foi muito brincalhão e amava netos e bisnetos. “É difícil falar alguma coisa, mas nós, filhos e toda a família, vamos sentir muita saudade dele. Ele sempre ficará guardado em nosso coração”, declarou.
Patrimônio Cultural
Oscarino morreu com 81 anos de idade. Peteleco calou-se aos 61.
Em 2016, Oscarino e Peteleco foram tombados como Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade de Manaus, pela alegria e diversão que levaram para manauaras e para grande grande número de crianças da Região Amazônica.
Boa-vistenses com mais de 40 anos de idade assistiram, pelo menos uma vez, a algum show do “professor” e seu boneco - seja no Parque Hi-Fi, no Teatro Carlos Gomes ou em praça pública. E como as tiradas de Peteleco divertiam o público.
Oscarino contava que, no início, na segunda metade do século passado, trabalhando de engraxate e dando vida a Peteleco, entre um e outro brilhos, era perseguido pela polícia:“Cheguei até a ser preso”, comentava.
Depois, quando assinou contrato com uma estação de rádio, os shows passaram a ser mais frequentes, em lugares apropriados. “Mas a tranquilidade mesmo só veio em 2000, depois que fui entrevistado no Programa do Jô”, relembrava.
Modesto, Oscarino dizia que Peteleco era a sua paixão e que se orgulhava de ser destaque na cultura amazonense.
Oscarino Varjão deixa Peteleco, esposa e dez filhos.