Na manhã de hoje, 13, a Polícia Federal deflagrou a Operação Vírion* para investigar suspeitos de integrarem uma organização criminosa que teria se formado com o objetivo de fraudar aquisição de produtos e contratação de serviços para o enfrentamento da covid-19 no estado de Roraima. O grupo movimentou cerca de R$ 50 milhões para aquisição de insumos médico-hospitalares básicos, respiradores, testes rápidos, material informativo impresso e leitos em hospitais particulares.
Mais de 150 policiais federais, com apoio de servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), cumprem 36 mandados de Busca e Apreensão em oito estados e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região - MPF após representação da Autoridade Policial e manifestação favorável da Procuradoria Regional da República.
O inquérito policial diz que Francisco Monteiro, ex-secretário da Saúde de Roraima, enquanto no cargo, teria se articulado com deputado estadual e Jeferson Alves direcionando processos para empresas que faziam parte do esquema, inclusive promovendo o rateio de percentuais de quanto seria direcionado a quais firmas.
O parlamentar solicitaria a servidores que dessem andamento aos processos e pagamentos de seu interesse, inclusive cobrando pagamentos antecipados destinados às empresas do esquema. Um ex-deputado estadual também atuaria na organização.
As investigações sugerem que a organização criminosa se aproveitaria da possibilidade de contratações diretas, em razão da pandemia, para facilitar os crimes. Verificou-se que os procedimentos não seguiam ordem cronológica, de forma que processos mais antigos seriam preteridos em favor dos de interesse do grupo, bem como teriam o trâmite concentrado em único setor da Secretaria de Saúde, sem qualquer transparência ou publicações.
A Controladoria-Geral da União, que tem auxiliado as investigações, identificou diversos indícios da prática de sobrepreço e de irregularidades nas contratações e nos pagamentos. Além disso, também foi diagnosticada pela CGU uma falta de transparência na execução dos recursos federais destinados à Roraima, o que dificulta a própria fiscalização dos gastos.
As investigações seguem seu rumo.