Quinta, 06 Novembro 2025 20:50

    Lucas é a corda; o samba, a caçamba

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    No dia 4 de outubro, a partir do meio-dia e varando noite adentro, sambistas de todos os matizes se reuniram no Bar Amarelinho - um dos botecos mais antigos da cidade de Boa Vista -  para comemorar os 50 anos de Lucas Nascimento na estrada da música brasileira.

    Amigos do Amazonas também vieram para o pagodaço. À reportagem do Roraima Agora, Lucas resume sua trajetória: "Cresci entre amantes da boa música brasileira, entre seresteiros, no meio de músicos e cantores da noite manauara, no tempo em que acordes maravilhosos acompanhavam páginas de  Lupiscínio Rodrigues, Ataulfo Alves, Cartola..."

    Lucas é natural do Careiro da Várzea (em tempo, Careiro não tem nada a ver com carestia, significa caminho  de índio que corta o rio), pequeno município amazonense. Ele continua: "Vim para Boa Vista na década de 1980, onde passei a conviver com militares da que vieram para implantar a Base Aérea de Boa Vista. A maioria desses milicos vinha do Rio de Janeiro e, desse convívio com eles, o samba veio tomando conta de meu coração", relata. Pronto: juntou-se a fome com a vontade de comer. Em Roraima, o nome Lucas Nascimento é sinônimo de samba.

    Sem compromisso com um único grupo ele é itinerante e bem recebido em toda e qualquer roda de pagode no Estado. Lucas decidiu ir mais adiante e investir pesado na área. Criou "Uma noite de samba"; na sede do Baré Esporte Clube; e, depois, à margem direita do rio Branco, onde hoje está a parte superior da Orla Taumanã, estabeleceu o "Nova Opção". Ambos os empreendimentos agitaram a noite boaCoisa de pele (Jprge Aragão) vistense, permitindo que Lucas trouxesse famosos nacionais, tipo Jorge Aragão (que esteve em Roraima umas oito vezes) e Neguinho da Beija-flor...

    Perfeccionista, Lucas trouxe artistas de outros estados para acompanhar seus sambistas e alguns, como George Farias,  nunca mais deixaram o solo  macuxi. Casado com a roraimense Linley, Lucas tem três filhos: "Todos formados e consumidores da boa música braileira", frisa. Policial civil nas horas vagas, Lucas diz que seu relacionamento com o samba pode ser sintetizado na letra da  música "Coisa de pele" de Jorge Aragão.

    Jorge Aragão, entre Zé Geraldo (que não canta nem toca nada) e Lucas Nascimento

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    Coisa de pele (Jprge Aragão)

    Podemos sorrir, nada mais nos impede/ Não dá pra fugir dessa coisa de pele/ Sentida por nós, desatando os nós/ Sabemos agora, nem tudo que é bom vem de fora/ É a nossa canção pelas ruas e bares, que/ Nos traz a razão, relembrando Palmares/ Foi bom insistir, compor e ouvir/ Resiste quem pode à força dos nossos pagodes/ E o samba se faz, prisioneiro pacato dos nossos tantãs/ E um banjo liberta da garganta do povo as suas emoções/ Alimentando muito mais a cabeça de um compositor/ Eterno reduto de paz, nascente das várias feições do amor/ Arte popular do nosso chão/ É o povo que produz o show e assina a direção/ Arte popular do nosso chão/ É o povo que produz o show e assina a direção/ Podemos sorrir, nada mais nos impede/ Não dá pra fugir dessa coisa de pele/ Sentida por nós, desatando os nós/ Sabemos agora, nem tudo que é bom vem de fora/ É a nossa canção pelas ruas e bares que/ Nos traz a razão, relembrando Palmares/ Foi bom insistir, compor e ouvi/ Resiste quem pode à força dos nossos pagodes/ E um samba se faz, prisioneiro pacato dos nossos tantãs/ E um banjo liberta da garganta/ do povo as suas emoções/ Alimentando muito mais a cabeça de um compositor/ Eterno reduto de paz, nascente das várias feições do amor/ Arte popular do nosso chão/ É o povo que produz o show e assina a direção/ Arte popular do nosso chão/ É o povo que produz o show e assina a direção/

     

    Lido 26 vezes Última modificação em Quinta, 06 Novembro 2025 21:01
    Aroldo Pinheiro

    Aroldo Pinheiro,  roraimense, comerciante, jornalista formado pela Universidade Federal de Roraima. Três livros publicados: "30 CONTOS DIVERSOS - Causos de nossa gente" (2003), "A MOSCA - Romance de vida e de morte" (2004) e "20 CONTOS INVERSOS E DOIS DEDOS DE PROSA - Causos de nossa gente".

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