Quinta, 11 Fevereiro 2016 18:37

    Transgêneros viram Exército como “terapia”

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    Transgênero é um termo que se refere à pessoa cuja identidade de gênero e/ou expressão é diferente do sexo de nascimento. No século passado, na Inglaterra, "transgêneros foram dispensados das forças armadas, por causa do entendimento limitado sobre identidades trans: oficiais confundiam identidade de gênero com identidade sexual", diz Emma Wickers, historiadora da Universidade John Moores, de Liverpool.

    Por meio do projeto "Dry Your Eyes Princess" (Seque seus olhos, princesa, em tradução literal) Emma entrevistou 20 veteranas e muitas disseram ter entrado no Exército como "forma de terapia". Participantes disseram ter terem sido forçadas a mentir sobre suas roupas femininas durante a vida militar como homens.
    A historiadora descobriu que muitas entraram na vida militar na esperança de que a "hipermasculinidade" do Exército as levaria a superar o "desconforto que sentiam com a identidade de gênero que tinham".
    Em 1999, a proibição a oficiais transgêneros no Exército do Reino Unido foi revogada. EM BUSCA DA PARTE PERDIDA Michaela entrou no grupo de engenheiros mecânicos e elétricos do Exército em 1975 para "encontrar a parte perdida" de sua vida. À historiadora, ela disse que não havia nenhuma conscientização de pessoas transgênero, que eram vistas por autoridades como "gays que vestiam roupas do gênero oposto". "A visão era que estas pessoas não existiam", afirmou.
    Enquanto servia na Alemanha, ela frequentou bares LGBT e se vestiu como mulher longe do público. Michaela deixou o Exército em 1981 por sentir que não podia ser quem era, e começou uma nova vida. "Meu maior arrependimento é não ter feito mais do que fiz nas Forças Armadas e não ter conseguido ser oficialmente Michaela. Este arrependimento ficará comigo até o fim da minha vida", lastima-se a trans.
    Algumas das entrevistadas disseram ter entrado no exército para provar sua masculidade, mas Dawn, de Rochdale, na região de Manchester, disse que se sentia pior a cada esforço de se masculinzar. “Eu nunca estava feliz. Eu atuava num papel. Era a maior camuflagem que eu poderia ter na minha vida. Fui forçada a entrar nos cadetes do Exército quando eu tinha 16 anos para provar minha masculinidade e ser o homem que todo mundo queria que eu fosse”, declara.
    Dawn diz ter apanhado depois de o médico dizer a seu pai que ela gostaria de ser menina. Apanhei e, na cabeça dele, ficou decidido que nós nunca mais falaríamos sobre o assunto. Ele me fez repetir 'eu não sou uma menina' e essa foi a maior mentira que eu disse na minha vida. Meu pai acreditava que o Exército me transformaria num homem". Abi, outra entrevistada, diz ter descoberto bem cedo que era diferente e que "não se encaixava nas regras", após entrar no Exército nos anos 1980. Ela, entretanto, tenatando agradar à sociedade e à sua família, não se assumiu por mais de 40 anos. "Tudo sobre a pessoa que eu sou hoje foi cuidadosamente trancado numa pequena caixa em algum lugar para nunca ser aberta. Ninguém me conhecia". Abi fez a transição em 2007 após sofrer um ataque nervoso depois de retornar do Afeganistão. A transgênero deixou o exército após sentir que, naquele meio, não conseguiria servir como uma mulher.

    Lido 2301 vezes Última modificação em Segunda, 28 Março 2016 09:08
    Redação

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