A solidariedade está cada vez mais praticada nos últimos anos. As redes sociais acentuaram o comportamento de quem se dedica a ajudar o próximo sem esperar retribuição pelo gesto. Doar tempo virou tendência. Em 23 de fevereiro de 1905, em Chicago, Estados Unidos, quatro pessoas reuniram-se para buscar maneira de contribuírem para melhorar sua cidade. Estava criado o embrião do Rotary International, organização dedicada ao servir. Hoje, 118 anos depois, os quatro transformaram-se em 1,2 milhão de pessoas, espalhadas por todos os continentes, transformando a vida de quem precisa. No Brasil, o primeiro clube foi fundado em 28 de fevereiro de 1923.
Dentre os grandes desafios enfrentados nessa longa caminhada, certamente o combate à Poliomielite encontra-se no topo da lista. Doença milenar, exigiu esforço de guerra para obter resultado positivo. A parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS) na maior campanha de saúde pública da história, o Rotary já destinou cerca de 2,6 bilhões de dólares ao combate à doença, além da mão de obra dos rotarianos de todo o planeta.
Se, em 1985, início da parceria, o mundo registrava 350 mil casos anuais da doença, hoje são menos de uma centena, concentrados em apenas três países: Paquistão, Afeganistão e, recentemente, Moçambique. O maior risco de retorno da doença deve-se ao baixo número de crianças vacinadas. O índice de vacinados despencou desde 2016. Sem a vacina, as crianças ficam vulneráveis ao vírus. Por isso mesmo, o Rotary intensificou os trabalhos de apoio às campanhas nacionais.
Primeira presidente no Brasil - Os rotarianos brasileiros comemoram, ainda, o centenário da organização no Brasil, através do Rotary Club do Rio de Janeiro, fundado em 28 de fevereiro de 1923. O evento contou com a presença da primeira mulher presidente da entidade, empresária da comunicação Jennifer Jones, do Canadá.
A programação teve plantio de muda de árvore no Jardim Botânico carioca, marca do compromisso do Rotary com a preservação ambiental. O último brasileiro a presidir a entidade, Paulo Viriato Corrêa da Costa, lançou, em 1990-91, o Programa Preserve o Planeta Terra, com a mensagem ambiental em todos os continentes do planeta.
Houve, ainda, seminário de discussão de temas importantes no trabalho do Rotary no presente e no futuro. O objetivo foi entender o movimento da sociedade mundial nas próximas décadas, sob a ótica das novas tecnologias e comportamento social gerado pelas mudanças vistas nos últimos tempos.
Rotary em Roraima
A organização instalou-se em Roraima em junho de 1949. O Rotary Club de Boa Vista-Caçari, único clube existente no Estado no momento, tem atuado em diversas frentes de trabalho. Tem parceria com o Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima (MPT/AM-RR) há mais de uma década, em ações nas áreas de saúde, saneamento, educação, meio ambiente, infância e juventude, entre outras.
A presidente do clube em Roraima, Elis Paludo, destaca os trabalhos de apoio aos refugiados venezuelanos. “Antes mesmo de a Operação Acolhida ser instalada, já participávamos das ações desenvolvidas por diversas entidades locais, principalmente na alimentação”, lembra a dirigente. “Chegamos a distribuir sanduíches, água e refrigerantes na estrada, no trecho Boa Vista-Pacaraima, aos que caminhavam em direção à capital”. Elis acrescenta: “Entre outros projetos, participamos do Projeto Mexendo a Panela, em parceria com o MPT/AM-RR, e com a paróquia de Nossa Senhora da Consolata, com o fornecimento dos insumos destinados à preparação dos alimentos”.
O combate à pólio é prioridade do clube desde a fundação. “As campanhas de vacinação estão no DNA do Rotary, no mundo, há quase 40 anos”, enfatiza a presidente. “Aqui seguimos na mesma direção“, finaliza Elis Paludo.