Em mais uma edição do projeto Ciclo das Quintas, o Instituto Boa Vista de Música (IBVM) apresenta nesta quinta-feira, 27, um concerto especial, tendo no repertório obras do compositor finlandês Jean Sibelius. Promovido em parceria com a Prefeitura, o evento dar-se-á na Sala Roraimeira do Teatro Municipal de Boa Vista, a partir das 20h.
Entre as composções programadas, destaca-se a “Sinfonia Nr. 05” (Op. 82), considerada uma das obras mais apreciadas de Sibelius e que foi estreada em 1915, no dia do 50º aniversário do músico. Além de “Andante Festivo”, concerto notável por sua rica sonoridade e fluxos suaves e contínuos de frases melódicas. Esta criação foi a última apresentação de Sibelius como maestro.
Nascido em Hammenlina, na Finlândia em 1865, Sibelius destacou-se por elevar a cultura e o folclore finlandês em sua música. Violinista de formação, tinha pouca afinidade com o piano. E só mais tarde passou a escrever obras genuinamente pianísticas, encontrando no instrumento as texturas musicais que ele conseguiria com a orquestra completa.
No espetáculo em Boa Vista, a Orquestra Sinfônica do IBVM vai interpretar ainda a “Serenade Nr. 02 Para Violino e Orquestra” (OP. 69), que será interpretada pelo professor da Cátedra de Violino e spalla Rafael Dommar e a “Finlandia” (Op. 26), poema Sinfônico escrito em 1899, que evoca a luta nacional do povo finlandês trazendo, ao final, o sereno e melódico Hino da Finlândia, composto pelo próprio Sibelius.
Os ingressos para o espetáculo, a R$ 20 e R$ 10, podem ser encontrados no site Bilheteria Digital, ou na sede do IBVM localizada na Praça do Mirandinha, Rua da Tangerineira 411, Caçari.
A maior prova de força de qualquer mercado passa pelo teste da concorrência. Fatores como preferência pessoal, comodidade, garantia de qualidade e, principalmente, preço interferem nas escolhas do consumidor antes de finalizar a compra.
Pois o mercado cultural roraimense mostra evidente vigor nos últimos tempos. Já tratei do assunto neste espaço, em dezembro passado. Comentei sobre a excelente qualidade dos espetáculos apresentados no segundo semestre de 2018, pelas companhias teatrais de Boa Vista. Agora, o mercado passou, com louvor, no teste da concorrência.
Quando anunciaram, para o mesmo dia, as apresentações do humorista Léo Lins (programa The Noite com Danilo Gentili), no auditório da Faculdade Cathedral, e do espetáculo Queen Experience in Concert (quatro músicos principais, maestro e orquestra), no Teatro Municipal, muitos temeram pela falta de público. Pois aconteceu o contrário. Ambos os eventos exigiram sessão extra, porque os ingressos para as primeiras sessões esgotaram-se rapidamente.
O Teatro Municipal oferece 1100 lugares. Como ambas as sessões lotaram, registrou-se a presença de mais de duas mil pessoas no evento. Mesmo sem o borderô do show de Léo Lins, chuto mais umas mil e duzentas pessoas nas duas sessões. Sucesso absoluto.
O espetáculo do Queen fez a turma dançar a maior parte do tempo. Os músicos incentivavam o público a se levantar e curtir o som das músicas da banda. Daysy e eu aproveitamos bastante (ela muito mais). Em respeito ao meu peso, sacudi um pouco e sentei. Mesmo assim, no dia seguinte, eu parecia ter levado tombo da carruagem da rainha. Valeu a pena. Quem sabe, um dia, a coluna também volte a ser roqueira...
Os dois últimos meses de 2018 foram pródigos em espetáculos teatrais realizados em Boa Vista. O Teatro Municipal recebeu excelentes espetáculos, principalmente montagens de peças desafiadoras, como “Malévola” e “Rei Leão”. O desafio encenar tais campeões de sucesso no mundo todo, inclusive no cinema, mostra o quanto encontramos empreendedores culturais ousados em Roraima.
Com elenco local, figurinos caprichados, coreografia bem ensaiada, cenários adequados e figurinos no padrão, ambas as peças, principalmente o “Rei Leão”, emocionaram o público que lotou o teatro nas apresentações. No domingo, 16 de dezembro, o teatro estava lotado, com seus mil e cem lugares ocupados por quem gosta de bom espetáculo.
O trabalho da companhia JM Jazz Studio de Dança mostrou-se impecável em todas as funções, sob a direção artística de Joadson Marques. Com respeito à montagem original, diretor e atores entenderam a oportunidade de encantar o público e convencer os ainda céticos de que podem acreditar no talento local, pois a resposta será sempre positiva.
Muita gente achou o espaço exagerado. Afinal, nenhum outro auditório comportava mais de mil pessoas em Roraima. A resposta está aí mesmo. Vários espetáculos preenchem o calendário cultural, talvez incentivados por palco à altura dos desafios até então restritos a grupos como A Bruxa Tá Solta, responsável por termos teatro de boa qualidade desde os tempos de território. Lá de cima, o saudoso Nonato Chacon estará satisfeito em ver a semente plantada por ele e Catarina Ribeiro consolidar a cultura teatral roraimense com força e competência