Você já viu tartaruga a motor? Quem estava naquele desfile em um 13 de setembro qualquer nos anos 1980 viu. A data marcava a criação, em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, do Território Federal do Rio Branco, denominação mantida até 1962, quando passou a ser Território Federal de Roraima, por projeto de autoria do deputado roraimense Valério Caldas de Magalhães.
Explicado o motivo da comemoração, vamos aos fatos. As escolas preparavam-se durante meses para o desfile. A avenida Ene Garcez ganhava grande público, animado com o garbo dos desfilantes e criatividade de alegorias, representativas das mais variadas áreas da vida roraimense.
O público divertia-se com as bandas escolares, onde preponderava o Ginásio Euclides da Cunha (GEC), sob a batuta do cabo músico do Exército Guerreiro. Há quem discorde e prefira outras bandas, mas a ideia é essa. O contraditório.
Agora que você já está na avenida, lá vem a tartaruga a motor. Ideia das sempre criativas irmãs Maria das Dores e Petita Brasil, era um fusquinha coberto por capa de pano desenhado como quelônio, que circulava pela Ene Garcez em “visita” a ambos os lados da pista. O público vibrou com a engenhosidade da dupla. Sucesso absoluto.
Na saída do desfile, Maria das Dores lamentava problema ocorrido com o som instalado no fusca, com as mensagens de preservação ambiental preparadas por elas. Os alto-falantes falharam. Mesmo assim, foi espetacular.
Pouco tempo depois, Maria das Dores Brasil faleceu. Tabeliã titular do Cartório de Imóveis, artista plástica cinco estrelas, tinha consciência ambiental na medida certa. Na parceria com Petita, no desfile, saiu de cena com o brilho de sempre.