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Profissionais do rádio festejam 40 anos da FM93 Equatorial

Parecia encontro de turma de escola depois de anos de sem se ver. Todos atendiam ao convite feito pela direção da Rádio 93FM, antiga Rádio Equatorial, em comemoração aos 40 anos de atividades da emissora. A grande maioria desconhecia o tamanho do encontro. Foram pegos de surpresa na chegada.

Reunir José Barros, José Maria Carneiro, Jeremias Nascimento, Carlos Alberto Alves, Francisco Galvão Soares, Benjamin Monteiro, Paulo Júnior, Eduardo Figueiredo, Chiquinho Santos e Poliana Araújo (a caçula do grupo), ícones do radialismo roraimense em tempos diversos, marcou a data. Wagno Alves comandou o programa Linha de Frente. Foram quase duas horas no ar, com histórias, causos, brincadeiras e muita emoção.

A Rádio Equatorial foi a primeira emissora FM de Roraima. Antes, só havia a Rádio Nacional, AM. José Barros lembrou dos primeiros DJs da emissora, Nader Abdala e Zequinha Fraxe (Billy Joe). Benjamin Monteiro admirava os transmissores, importados dos Estados Unidos. “Som puro, de alta qualidade”, diz ele. Péricles Perruci, primeiro gerente, carimbou os selos dos LPs com o alerta: “Este disco foi roubado da Rádio Equatorial”.

Galvão Soares dirigiu a rádio entre 1982 e 1984. Acostumado ao sistema AM, ele foi a Brasília conhecer emissoras FM da capital. Trouxe na bagagem novas ideias. A melhor delas, o programa Encontro Jovem, apresentado por Wilton Lira aos sábados, no fim da tarde. “A garotada deixava cartas e recados, lidos pelo Wilton. O sucesso foi imediato”, comenta.

Raimundo "Alemão" de Castro Barros em confraternização com a turma da FM93 nos anos 1980 (Arquivo pessoal)

Outro líder de audiência era o Fim de Noite Equatorial, com José Barros, que lia poesias, atendia a pedidos de músicas e entrevistava artistas. Tinha o maior acervo pessoal de discos da Jovem Guarda de Roraima. Lá pelas tantas, vinha o anúncio/pedido: “A melhor pizza da cidade você encontra na Pizzaria La Mamma. A de calabresa é excelente”. No restaurante, o gerente comandava: “Prepara a pizza do José Barros! Calabresa! Entrega na rádio!” Dono da publicidade do programa, Zezinho inovava ao pedir comida no ar.

Jeremias Nascimento entrou na emissora, em 1984, como operador de áudio, aos 13 anos. Conhecido da turma por ir à Equatorial pedir a música “Ursinho Pimpão”, aprendeu com eles a mexer nos equipamentos. Espertos, os plantonistas do domingo começaram a usar o garoto no lugar deles. Deixavam a lista de músicas e iam curtir o dia. Até dar zebra. O diretor Raimundo de Castro Barros descobriu a mutreta, ameaçou demitir os malandros e ficou de olho no garoto. Quando surgiu vaga,

Jeremias foi contratado. Antes, precisou convencer a mãe, dona Eliane, a concordar. Vencida a etapa, os pais foram com ele ao juiz de Menores, que liberou o contrato, com restrições de horário.

Carlos Alberto Alves teve diversas passagens pela emissora, inclusive como gerente. “Quando assumi a Rádio Tropical, anos depois, vim buscar profissionais na Equatorial, grande escola na área”, recorda.Em programa policial comandado pelo falecido Carlos Simões, Paulo Júnior fazia o personagem Sombra, que assumia a desova de cadáveres de bandidos na cidade. “A brincadeira provocou corrida de bandidos às delegacias. Eles estavam com medo de serem assassinados pelo Sombra, imagine”.

Momentos marcantes: 1- Ursinho Pimpão Jeremias Nascimento; 2- Marcante Claudete Figueiredo; 3- José Barros com Moacyr Francoi; 4- Renato e seus Blue Caps em Roraima (Fotos: arquivo pessoal)

Com passagens por emissoras AM e FM, José Maria Carneiro enfatizou a necessidade da ética na profissão. “Em tempos de fake news, ter ética é fundamental”, sentenciou. “Somos formadores de opinião. Fico feliz em estar aqui com vocês, excelentes profissionais”.

Pelo telefone, o deputado Jalser Renier, radialista, lembrou episódios ocorridos com ele na Rádio Roraima. “Me colocaram para trabalhar na madrugada”, recordou. “Eu queria era pegar recados para ‘O mensageiro do ar’, programa do Benjamin. Os garimpeiros gratificavam com ouro quando eles achavam o recado legal”, complementa.

Poliana Araújo agradeceu pelos cinco anos passados na FM93. Hoje, ela está em outra emissora. Jornalista de formação, ela escolheu o rádio como veículo preferido. “Espero ficar platinada como vocês, com muitas histórias para contar, como aconteceu hoje”.

Chiquinho Santos encerrou com um recado aos radialistas: “Nós somos formadores de opinião. Devemos oferecer ao povo não apenas o que ele quer, mas também o que ele não sabe ainda que quer. Vamos trabalhar com qualidade, longe desses Caneta Azul de hoje”.

A gerente da FM93, Vanderleia Ferreira, agradeceu a presença dos convidados e garantiu espaço na grade para uma apresentação dos antigos programas, como Fim de Noite Equatorial. Convite aceito, é claro.

Ferro na boneca só à noite

A notícia estourou como uma bomba na cidade: O diretor-geral da Rádio Equatorial, Raimundo de Castro Barros, o Alemão, e o radialista Wilton Lira, diretor de programação, haviam sido presos. O juiz Antônio Anunciação Neto acatou pedido do promotor de Justiça Procópio Soares Nogueira, baseado no conteúdo do programa Djalma Jorge, produzido pela Rádio Jovem Pan, de São Paulo, e comprado pela emissora roraimense.

O programa entrava no ar no fim da noite, em horário estipulado pela censura. No entanto, a Equatorial veiculou chamada pela manhã. O pequeno trecho falava em “ferro na boneca”. Hoje, aquele conteúdo seria considerado banal, mas, à época, o promotor achou abusivo, assim como o juiz.

Alemão e Wilton só foram soltos oito dias depois, por meio de habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, pois o juiz Anunciação recusou-se a relaxar a prisão, considerada desnecessária em Brasília.

Na foto, Wilton (à esquerda) e Alemão deixam a Penitenciária Agrícola, hoje Secretaria de Justiça e Cidadania e Cadeia Pública na capital.

 

 

 

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faquintela@gmail.com (Fernando Quintella) Cotidiano Sat, 14 Dec 2019 21:38:54 +0000