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noticias https://jornalroraimaagora.com.br Thu, 28 Mar 2024 14:36:46 +0000 Joomla! - Open Source Content Management pt-br Lampião tinha fogo no rabo https://jornalroraimaagora.com.br/noticias/lampiao-tinha-fogo-no-rabo https://jornalroraimaagora.com.br/noticias/lampiao-tinha-fogo-no-rabo Lampião tinha fogo no rabo

Escritor cria polêmica ao afirmar que o cangaceiro era gay

Não é de hoje que militantes GLBT tentam trazer mortos famosos para engrossar suas linhas e mostrar que homossexualismo é mais comum do que se imagina.

Sabe-se que, na Grécia antiga, a prática de sexo entre pessoas do mesmo gênero era comum. E até incentivada. Reis e imperadores romanos também eram chegados a orgias em que atividades

homossexuais faziam parte do cardápio. Há quem afirme que Hitler era homossexual e que os tresloucados atos contra a humanidade refletiam sua revolta com o fato comportamental.

Recentemente, a possibilidade de que Simon Bolívar não tenha sido tão espada quanto seus admiradores gostariam deixa loucos os bolivarianos. No Brasil, movimentos gays insistem que

Zumbi dos Palmares mexia com outros paus além daqueles que os quilombolas usavam para se defender.

Nessa onda de futricar a sexualidade de mortos, surgem fofocas - e afirmações ditas comprovadas - de que capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o Rei do Cangaço, tinha hábito de queimar a rosca entre um e outro saque e maldades praticados em fazendas ou lugarejos visitados por seu bando.

Como base de sustentação a quem defende a controvérsia, usa-se o hábito – esse confirmado – que o cangaceiro tinha de bordar e fazer trabalhos manuais que, naquele tempo, eram atividades ditas femininas. Claro que mexer com agulhas e linhas para criar arte não confere a ninguém

o diploma de viadagem.

Biografia polêmica

O livro “Lampião, O Mata Sete”, lançado em 2011, teve sua venda proibida pela Justiça, atendendo a ação movida por Vera Ferreira, pretensa neta do cangaceiro.

Na obra, o escritor Pedro de Morais afirma que o malfeitor mais famoso do Nordeste era gay e que sua companheira, Maria Bonita, enfeitava a cabeça de Virgulino com diadema de vaca: chifre.

No final de 2014, por decisão da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe, o livro foi

liberado para distribuição e comercialização. “Não é demais repetir que, se a autora da ação sentiu-se ‘ofendida’ com o conteúdo do livro, pode-se valer dos meios legais cabíveis. Porém, querer impedir o direito de livre expressão do autor da obra, no caso concreto, caracterizaria

patente medida de censura, vedada por nossa Constituinte.

Cabe, sim, impor indenizações compatíveis com ofensa decorrente de uma divulgação ofensiva”, afirmou o desembargador Cezário Siqueira Neto, em entrevista concedida, defendendo a liberdade de expressão.

Jornal de ontem

Em outras publicações, como numa tese do fundador do Grupo Gay da Bahia, historiador Luiz Mott, a homossexualidade de Lampião já tinha sido abordada. Pedro Morais afirma que na universidade Sorbonne (França) há tese citando o lado feminino de Virgulino: “Todo mundo

aqui no Nordeste sabe que ele era um exímio estilista e gostava de plumas, paetês e perfumes franceses”, justifica-se Pedro de Morais.

Wilson Oliva, advogado de Vera, contesta: “Intimidade não é história. O livro agride por demais, afirmando que Lampião era gay, que Maria Bonita era adúltera e até que Expedita Ferreira Nunes não é filha dos dois. Isso causou transtornos a toda a família, aos netos, aos bisnetos na escola”.

Enquanto isso, o autor procura editora que, com ele, invista em 10 mil exemplares para uma segunda edição de “Lampião, o Mata Sete”. Na primeira, só mil livros foram impressos. Com as questões judiciais, a obra ganhou notoriedade e, claro, possível impulso comercial.

Rebordosa

A renomada cordelista Dalinha Catunda contra ataca quem quer mexer com a homência de Lampião. Para seus leitores, o Roraima Agora traz algumas estrofes de “Quem nasceu para Lampião jamais será lamparina”, da cearense de Ipueiras:

Amigo vou lhe dizer

Preste bastante atenção

Cada um tem seu gosto

E toma sua decisão

Há coisa que não aceito

Mexer no cu do sujeito

Que está debaixo do chão

  Eu não tenho preconceito

  E nem sou ruim da bola

  Tô contestando um boato

  Que não entra na cachola

  Por tudo que ouvi falar

  Não posso acreditar

Que Lampião foi boiola.

(...) E nem venham me dizer

Que MARIA era infiel

E que o Rei do Cangaço

Andou queimando o anel

Isso é pura fantasia

Pra não dizer heresia

De mente suja e cruel

   Com ela teve uma filha

   Batizada de Expedita

   Que não viveu no cangaço

   Pra não provar desdita

   Lampião deixou herdeira

   Fez filho na companheira

   Não fugiu da periquita

(...) Lampião foi cabra macho

Famoso FORA da lei

Agora querem dizer

Que Virgulino era gay

Ele pintava e bordava

Mas a rosca não queimava

Pelas histórias que sei

   Foi líder dos cangaceiros

   E valente pra chuchu

   Agora depois de morto

   Querem difamar seu cu

   Ele não virou baitola

   E só entrava na rola

   Quando comia nambu

(...) Se Lampião fosse vivo

O falador penaria

E no pipocar das balas

A dançar aprenderia

Pra deixar de esculacho

E respeitar cu de macho

Que o anel não queimaria

   (...) Essa história é sem sentido

   Ninguém acredita nela

   Pois bunda de bandoleiro

   Não foi porta nem tramela

   Era saída e mais nada

   Não consta que foi entrada

   Não azeitou a arruela

 Eu posso estar enganada

Mas acho que essa lambança

Foi criada por alguém

Com desejo de vingança

Lampião não foi veado

Foi apenas difamado

Botaram seu cu na dança

   Este cordel chega ao fim

   Chega ao fim minha defesa

   Vou bater o martelo

   A verdade está na mesa

   Minha tese não afunda

   Nunca fez barra na bunda

   Quem foi rei da malvadeza.

 Matéria publicada em 9 de março de 2015 no jornal Roraima Agora

 

 

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zepinheiro1@ibest.com.br (Aroldo Pinheiro) Nacionais Thu, 28 Feb 2019 05:15:58 +0000