Por volta das 21h do dia 2, domingo, quando os números oficiais do Tribunal Regional Eleitoral foram publicados, viu-se que só cinco dos 21 vereadores de Boa Vista foram reeleitos, numa prova de que o povo quer mudanças. Mais do que isso: o povo quer ver trabalho. Aline Rezende, Manoel Neves, Marcélio Fernandes, Mirian Reis e Renato Queiroz conseguiram votos suficientes para voltar à vereança; Albuquerque, Dr. Wesley, Dra. Magnólia, Genival da Enfermagem, Idázio da Perfil, Ítalo Otávio, Jenilson Costa, Lano Povão, Marcelo Lopes, Nilvan Santos, Pastor Jorge, Pedro da Pintolândia, Professor Lindoberg, Rômulo Amorim, Vavá do Tianguá e Zélio Mota, legisladores de primeiro mandato, terão a incumbência de fiscalizar o Executivo municipal e indicar o que possa modificar a vida dos boa-vistenses. A revolta do povo com a inoperância dos que ocupavam a Câmara Municipal de Boa Vista já era marcante; a resposta, no entanto, tornou-se mais do que significantiva: “o povo não quer mais só pão e circo”. Recado maior Grande parte dos vereadores eleitos chegaram aonde chegaram por méritos próprios. Acreditando que, com poder e muito dinheiro, elegeria indicados seus, o Palácio Senador Hélio Campos, apostou em Gabriel Mota (sobrinho da governadora) e Hugo Santos (genro da mesma mandatária) para marcar presença no Legislativo municipal. Ao lado de Sandro Baré, candidato à Prefeitura que não chegou a 10% da predileção dos eleitores, Suely Campos, terá muito tempo para juntar-se a seus aliados e perguntar: “Onde foi que eu errei?” Com o ex-governador Neudo Campos, mentor do maior escândalo de corrupção da Região Norte, preso e hospedado em leito hospitalar, a incompetência da govenadora aliada às antipatia e incapacidade de filhos, parentes e aderentes, o poder da Família Campos parece ter chegado ao fim. O recado não veio somente da capital do Estado; dos outros municípios, Uiramutã, o menor colégio eleitoral de Roraima, foi o único a eleger candidato ungido pelo Palácio Senador Héio Campos.