Diante da operação iniciada na manhã de ontem, segunda-feira, 4, e do mandado de prisão em desfavor do ex-governador Neudo Campos, a Secretaria de Comunicação do Palácio Senador Hélio Campos expediu nota que, se guiada pelo bom senso, não deveria ter publicado.
O documento diz que “1) O Governo do Estado não recebeu, até a presente data, nenhuma notificação ou solicitação oficial das autoridades policiais e judiciais acerca desta operação. 2) A chefe do Executivo Estadial não tem qualquer relação com os fatos investigados, nem é parte no processo. 3) O Governo do Estado acompanha a evolução das apurações, reafirmando seu compromisso com o esclarecimento dos fatos e a transparência das informações, que em nada afetam a governabilidade”.
Na nota que a Polícia Federal expediu à imprensa, o Governo do Estado não é citado em nenhum de seus parágrafos. Cita “mandado de prisão em desfavor do ex-governador de Roraima”. Só.
Como Neudo Ribeiro Campos – que agora é considerado foragido – não tem nenhum cargo no Governo do Estado, o Executivo não tinha porque ser notificado. Não sendo notificado, este não teria motivos para expedir notas.
Pau de galinheiro
Fontes não oficiais do Palácio Senador Hélio Campos dão conta de que Neudo Campos está na Venezuela. Dizem, também, que, por causa do mandado de prisão de seu marido, toda a agenda da governadora para a segunda-feira foi cancelada.
Entre o primeiro escalão do Executivo estadual reside a preocupação de que seja expedida ordem de prisão contra João Pizollatti, secretário extraordinário de Relações Institucionais, ora internado na UTI do Hospital Geral de Roraima, onde tenta restabelecer-se de ferimentos sofridos em alegado acidente doméstico, e que venha as duas ordens judiciais cause prejuízos políticos aos governistas.
João Pizollatti tem implicações com o conhecido "Mensalão" e é suspeito de participação na roubalheira que vem sendo descoberta com a Operação Lava-Jato.