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Enfermeira investe em chocolates eróticos
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Sábado, 28 Mai 2016 01:11

Enfermeira investe em chocolates eróticos

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MÃO NA MASSA - Os chocolates artesanais são todos feitos com capricho pela própria tia Ana MÃO NA MASSA - Os chocolates artesanais são todos feitos com capricho pela própria tia Ana Eliane Rocha

A procura é grande; Tia Ana já tem encomendas para o Dia dos Namorados

 

Pirulitos em forma de pênis, vagina, casal praticando sexo oral, silhueta de mulher nua, pênis recheado com leite condensado e amendoim. A variedade é grande e fica ao gosto do freguês, avisa a enfermeira Ana Cláudia Barbosa, 54 anos, mostrando sua fábrica caseira de chocolates eróticos na cozinha de casa.

O negócio, que começou como um passatempo para os dias de folga dos plantões na Casa do Vovô – lar para idosos do Governo de Roraima – já tem marca: Tia Ana. “Meus sobrinhos chegavam aqui em casa e pediam aos pais: ‘Compra chocolate de tia Ana, compra’. Quando pensei em pôr um nome para personalizar os produtos, os pedidos dos meninos vieram à minha cabeça”, conta sorrindo.

O empreendimento informal já tem cartão de visita e panfletos que ela carrega dentro da caixa térmica, onde armazena com zelo os chocolates eróticos, biscoitos e brigadeiros. Em cada parada, tia Ana distribui a propaganda com slogan de sua autoria: alegrando e adoçado sua vida. “Fui à gráfica com a frase, disse o que vendia e eles fizeram a arte”, explica orgulhosa.

Amor antigo

A relação com doces teve início ainda nos anos 1980, quando Ana Cláudia morava em Recife, sua cidade Natal. Naquela época, a pernambucana se dividia em dois empregos como técnica de enfermagem e edificações – profissões bem diferentes, mas que eram as suas paixões. “Nas horas vagas, vendia bombons com recheio de goiaba, doce de leite, amendoim para complementar a renda”, diz.

Conheceu Boa Vista e, em 2007, resolveu fixar residência na Terra de Makunaima. Em Roraima, formou-se em Enfermagem aos 50 anos e foi aprovada em primeiro lugar para processo seletivo do Governo do Estado na vaga de cuidadora de idosos.

O trabalho de plantões noturnos lhe rendeu dias de folga em casa, uma monotonia para quem sempre levou a vida na labuta. Foi nesse ócio, que renasceu o espírito empreendedor de Ana Cláudia. “Há mais de um ano voltei a fazer os chocolates. Comecei fazendo os bem-casados [doce popular em festas de casamento, feito à base de trigo, açúcar, ovos e recheado com leite condensado] depois os chocolates eróticos, bombons e brigadeiros”, conta.

O passatempo rende R$ 60 por dia de trabalho; parte do faturamento vai custear sua viagem, em junho, para Recife. Seus pontos de vendas são casas lotéricas, Correios, bancos, avenida Jaime Brasil - centro comercial de Boa Vista; também estão na rota, reuniões familiares e o trabalho. “Só não vendo para os idosos”, alerta sorrindo.

Simpatia e desenvoltura para vender os doces eróticos são a marca de tia Ana. De longe, é fácil avistá-la carregando uma caixa térmica pequena, vestindo blusa branca com a logomarca de sua empresa informal. “Tenho planos de desenvolver esse meu lado empreendedor”, diz demonstrando interesse de legalizar a empresa.

Enquanto amadurece a ideia, a loja de tia Ana é ambulante. “Pego um ônibus, desço no Centro e saio vendendo os chocolates e bombons. O pessoal já me conhece nas lojas. Às vezes, se tenho que ir ao banco pagar uma conta, já levo minha maleta”, comenta às gargalhadas.

Ao gosto do freguês

Tia Ana tem grande variedade de pênis, vaginas e posições eróticas em sua fábrica caseira. As fôrmas, ela compra no mercado local ou quando viaja para Recife. Embalagens em formato de coração, caixinhas finas e laços dão charme aos produtos em datas especiais, como o Dia dos Namorados. “Já tenho muitas encomendas para 12 de junho”, avisa.

A clientela de tia Ana é tão variada quanto os modelos que ela carrega na sua loja itinerante. “São casais gays, pessoas que querem dar presentes em casamentos, festa do chefe, namorados”, explica.

Os preços se adequam ao bolso do consumidor. Uma caixinha de brigadeiros, por exemplo, custa R$ 5 - mesmo valor dos bem-casados. Já os produtos eróticos são vendidos a R$ 30; modelo que ela batizou de “pênis maior”, R$ 20 e R$ 15, entregues em embalagens personalizadas.

“Temos os pênis têm recheio especial. Eu falo para minhas clientes: ‘tem com período fértil e sem período fértil’”, encerra rindo, ao explicar que os dois são recheados com leite condensado, mas o primeiro vem com amendoim, que ela diz ser os espermatozoides.

 

Lido 5175 vezes Última modificação em Sábado, 28 Mai 2016 01:15
Eliane Rocha

Eliane Rocha é jornalista formada pela UFRR. É pós graduada em assessoria de comunicação. Já recebeu mais de 10 prêmios jornalísticos em Roraima.

Eliane Rocha
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