Aroldo Pinheiro

    Aroldo Pinheiro

    Aroldo Pinheiro,  roraimense, comerciante, jornalista formado pela Universidade Federal de Roraima. Três livros publicados: "30 CONTOS DIVERSOS - Causos de nossa gente" (2003), "A MOSCA - Romance de vida e de morte" (2004) e "20 CONTOS INVERSOS E DOIS DEDOS DE PROSA - Causos de nossa gente".

    Domingo, 31 Julho 2016 01:33

    Gravidez temporã

    Há muito tempo, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal foi exemplo de bom atendimento e respeito ao público. As cidades incharam, a frota automobilística, proporcionalmente, cresceu mais do que a população, e o Detran-DF, infelizmente, parou no tempo. Perdeu a corrida.

    A qualidade dos serviços deixa a desejar. Se você não madrugar às portas da repartição, dificilmente conseguirá resolver seus problemas.
    Cedo, entrei na fila para vistoriar o surrado Corsa. Às 11h30, saí do veículo para alimentar pulmões e estômago. Nicotina e alcatrão para o primeiro e um salgadinho safado para o segundo.

    Lá longe, vi uma figura que me pareceu familiar. Seria o Mangulão?
    O corpo arredondado, a barriga proeminente, os cabelos esbranquiçados e aqueles óculos que eu não conhecia provocaram dúvidas. Os mais de dois metros de altura e o desajeitado jeito de andar, porém, me deram a certeza. Ali pertinho de mim, estava um colega de faculdade. Colega de 40 anos atrás.

    Surpresa maior: ao seu lado, em vestido solto cobrindo enorme barriga, Celinha, a sua namorada dos nossos tempos de CEUB.

    - Mangulão!?!?

    A figura me estudou por alguns minutos e, logo, um sorriso se abriu:

    - Índio? Não é possível! Celinha, ‘ocê num tá reconhecendo o Índio?

    Abraços, cumprimentos, perguntas, lembranças...

    - Puxa vida, estou feliz pelo reencontro. Mais feliz por saber que vocês casaram e que ainda tão fazendo menino.

    Mangulão abriu um sorriso, puxou-me pro lado e confidenciou:

    - Que menino que nada, rapaz. Eu tou mexendo com revenda de automóveis e tenho que vir ao Detran todos os dias. Com essas filas enormes, eu não dou conta de resolver meus negócios. – E arrematou. – Resolvi comprar uma barriga postiça para a Celinha e ela, diariamente, monta a gravidez para ter atendimento preferencial...

    Com um tapa nas minhas costas, ele encerrou:

    - Tu tá pensando que eu sou leso? Já faz mais de um ano que ela tá “grávida”...

    É. Zé Eustáquio, o Mangulão, meu colega de faculdade, não mudou nada.

    Read More
    Domingo, 24 Julho 2016 04:15

    Erasmo quase parou o Brasil

    Atendendo convite do governo, que precisava de professores para expandir a rede escolar, Erasmo Sabino de Oliveira mudou-se para Roraima. Em Boa Vista, enquanto se dedicava à educação de adolescentes, viu possibilidades de ganhar dinheiro no setor imobiliário. Se deu bem.

    No final do século passado, numa dessas campanhas de governo em tempo de crise, a Caixa Econômica Federal alardeou que teria bastante dinheiro para financiar quem quisesse investir em casas populares.

    Ao saber que existiria verba fácil para o setor, o empresário, destemido, resolveu que aquele seria o momento de alavancar seus negócios.

    Ao ver o projeto de Erasmo, o gerente do banco federal assegurou-lhe que, depois de análise da documentação, o dinheiro seria liberado. Com aquela garantia verbal, para ganhar tempo, o potiguar resolveu iniciar a construção de seu conjunto habitacional.

    Depois de um mês de desembolso, a fonte secou e o financiamento oficial não havia saído. “É questão de dias”, garantiu-lhe o gerente. Para não parar, Erasmo passou a comprar fiado o material necessário para dar andamento nas obras.

    Sessenta dias se passaram e o empréstimo não tinha sido aprovado. O gerente disse que logo, logo, a grana estaria na conta do empreendedor. Desmobilizar equipes redundaria em prejuízo. Além do mais, sem reservas, como pagar rescisões trabalhistas? A saída: pedir dinheiro emprestado a agiotas e tocar o que havia iniciado.

    Já bastante endividado no comércio e pendurado em mãos de agiotas, Erasmo soube que a carteira para o financiamento que ele pleiteara havia sido fechada.

    Desespero. Apelar pra quem?

    Ao ouvir lamúrias do empresário, Marivaldo Barçal, advogado, prometeu levá-lo a Brasília para falar com Romero Jucá. Para o influente senador, não seria difícil mobilizar a Caixa Econômica Federal e resolver o problema de Erasmo.

    Passagens foram compradas com cheque pré-datado. Difícil foi convencer dona Dalva, proprietária da boutique Shalon a vender-lhe fiado um paletó.

    Numa sexta-feira, Marivaldo e Erasmo embarcaram juntos para encontrar-se com o senador às oito horas de segunda na capital federal.

    No gabinete, além do senador, estavam presentes uns oito homens vestindo elegantes e finos paletós pretos: os picões da Caixa Econômica Federal. Romero Jucá iniciou o discurso:

    - Senhores, esta reunião foi agendada para ver se, juntos, conseguimos encontrar uma solução para o problema deste grande empresário roraimense. Erasmo enfrenta sérias dificuldades desde que a Caixa Econômica fechou uma carteira de crédito e está a ponto de parar um dos maiores empreendimentos imobiliários de nosso Estado.

    Com um olhar, o vice-presidente consultou o presidente da Caixa Econômica Federal; sentindo-se autorizado a falar, dirigiu-se ao empresário:

    - Quantas casas o senhor está construindo?

    Apesar de nervoso, Erasmo respondeu alto:

    - 55.

    Os homens da Caixa se entreolharam, o senador Romero Jucá mostrou-se nervoso. O vice-presidente da instituição reinquiriu Erasmo com certo sarcasmo:

    - Quantas?

    Erasmo respondeu pausada e nervosamente:

    - Cin-quen-ta e cin-co.

    Os homens da Caixa abriram risadas, Romero Jucá ficou vermelho de vergonha; o presidente fechou:

    - Senador, problemas desse tamanho, a gente resolve com um telefonema...

    Erasmo ficou satisfeito com a promessa de que seu financiamento seria liberado no dia seguinte. Depois de agradecer o senador Romero Jucá pela ajuda, pediu-lhe R$ 200 reais emprestados para pagar o táxi.

    - Senador, problemas desse tamanho, a gente resolve com um telefonema...

    Erasmo ficou satisfeito com a promessa de que seu financiamento seria liberado no dia seguinte. Depois de agradecer o senador Romero Jucá pela ajuda, pediu-lhe R$ 200 reais emprestados para pagar o táxi.

    Read More
    Sexta, 01 Março 2024 14:45

    Ainda do regabofe de Leocádio

    Reinaldo Dias. com sua mãe, Iolanda, Luis Brito, com sua Vilanir, e Carlos Brito, com sua Sílvia, estiveram no jantar do CTG

    Comment

    Sexta, 01 Março 2024 14:38

    Regabofe do Leocádio

    O patrão do CTG, Jayme Roque Huppes, e sua Vanice compareceram para cumprimentar o aniversariante

    Comment

    Sexta, 01 Março 2024 14:29

    Setentão

    No dia 9, Antônio Leocádio Vasconcelos Filho recebeu os mais chegados no CTG Nova Querência em torno de seu septuagésimo aniversário. Cerveja gelada, delicioso churrasco e música de primeira deram o tom do jantar. Na foto, a esposa, Rocicleide, e as filhas, Ingrid e Lívia, ultimam detalhes para o Parabéns a você

    Comment

    Sexta, 01 Março 2024 13:59

    Quem parte...

    O médico Mauro Resende se prepara para curtir a aposentadoria. Pessoa querida, profissional competente, tem planos de viver os próximos anos em praias paraenses. Daqui, torcemos para que ele aproveite o ócio do seu jeito.

    Comment

    Sexta, 01 Março 2024 13:49

    Cumpleaños com fruto proibido

    Na noite de 26, a queridíssima Consolata Magalhães reuniu amigos e familiares para festejar mais um caju. Comida deliciosa, noite animada. Nem morto eu conto o que foi servido para os convivas. Na foto, a aniversariante posa com Junior Carolino e Ana Beatriz de Paula

    Comment

    Domingo, 07 Janeiro 2024 06:02

    Roraimense comemora 105 anos de vida

    Lúcida, bem humorada, esperançosa, ela curte a vida com a família

    Comment

    Quarta, 03 Janeiro 2024 03:00

    Atualizando

    TETE A TETE - Júlio Martins e Aroldo Pinheiro aproveitaram o evento para botar assuntos em dia

    Comment

    Página 5 de 101
    © 2022 Criado e mantido por www.departamentodemarketing;com.br

    Please publish modules in offcanvas position.