Coisa de criança

    Aos oito anos de idade, Daniel pediu-me um minibuggy.

    - Não posso dar, meu filho.

    - Mas, pai, todos meus colegas têm um minibuggy

    - Mas seu pai não tem dinheiro pra comprar um, meu filho.

    - Pai, como faz pra ganhar dinheiro?

    - A gente trabalha...

    - Pai, “tu precisa” trabalhar mais.

    Ao ver o prato servido, Pinheirinho, 5 anos, diz: “Eu gosto de salada”. E, separando pedaços de legumes com o garfo, acrescenta: “Não gosto de pimentão, nem de alface, nem desse negócio aqui... Só gosto de salada de tomate”.

    E Beatriz, quatro aninhos, diz: - Eu queria ser um passarinho... 

    Perguntada porquê; ela responde: - Só pra sair voando por aí. 

    Eu: - Passarinhos comem minhocas, aranhas, baratas, besouros...

    Ela: - Aí eu viro criança de novo

    Depois do almoço, o casal tomou rumo de casa. Cada um em seu carro; cada um com uma das filhas. Nos semáforos, os veículos se emparelhavam e a família brincava entre si. Depois do último sinal, a mãe acelerou, deixando o carro do pai com a filha mais nova pra trás. Vendo que a distância aumentava, a pequena, seis aninhos, vislumbrando ali uma disputa, apelou:

    - Tu tem um plano B, né, papai?

    Flavinho, cinco aninhos, sentado ao colo do pai, folheava álbum de fotografias; de repente:

    - Pai, eu quero um irmãozinho...

    - Não pode, meu filho: sua mãe não pode mais ter filhos.

    - Mas, pai, tu num tem piroca?

    Na sala, eu assistia a um filme. Guilherme, seis anos, jogava com o computador. Levantei-me, desliguei os aparelhos e ouvi:

    - Num tá gostando do filme, vovô?

    - Não. É meio chato.

    - É assim mesmo, vovô: primeiro ales apresentam as pessoas; depois, surge um problema; e, no final, termina tudo bem.

    Natal, o Papai Noel contratado sofreu acidente e não pôde comparecer à festa. Em cima da hora, resolvemos colocar nosso primo, Neumar, para fazer as vezes do bom velhinho. Àquelas alturas, todos nós já tínhamos tomado boas doses de uísque; Neumar inclusive.

    Imediatamente depois de receber presentes e conselhos do São Nicolau improvisado, Natália, então com seis aninhos, correu para a mãe e reclamou:

    - Nossa, esse Papai Noel tem um bafo...

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