By Ulisses Moroni on Segunda, 16 Mai 2016
Category: Crônica do Moroni

Onde há vida há esperança (cada pessoa, uma lição)

No meu trabalho, conheci um senhor que sofreu acidente grave. Ao mergulhar em um rio, ele bateu a cabeça e fraturou a coluna e, como consequência, está tetraplégico. Está, em linhas gerais, sem movimentos nos braços e pernas. O cérebro não consegue mandar seus comandos, devido à lesão na coluna cervical.

Eu iria falar que ele FICOU tetraplégico. Mas, depois da conversa que tive com ele, vou dizer que ele ESTÁ tetraplégico.
O acidente ocorrera há uns vinte anos.

Com uns cinquenta anos, ele estava acompanhado dos filhos, que o ajudavam.

Falei bastante com ele, possibilitado pelo momento.
Iniciou-se naquela conversa, ali, uma aula de vida para mim.
Contou-me que, em verdade, sofria de tetraplegia em menor grau. E explicou os diversos tipos desta situação.

Até aquele momento, eu achava que todas as situações de tetraplegia eram iguais. Depois da conversa, vi que existem classificações.
Falou da ida ao Hospital Sarah Kubistchek, em Brasília, referência mundial nesse tipo de tratamentos.

Lá chegando, os pacientes são encaminhados para uma determinada ala, onde estão internadas pessoas com lesões mais graves que a daquele que chega.

Ou seja, o acidentado, agora paciente do hospital, verá pessoas que estão em situação de saúde pior que a dele.

E, no caso específico de meu personagem, realmente havia pessoas em situação pior, com mais limitações ou lesões.

Saber, e ver, que sempre tem alguém que pode estar em situação mais desfavorável que a nossa é, talvez, o primeiro tratamento que aquele hospital oferece. Remédio gratuito contra a tristeza e a insatisfação.
Lá, nosso tetraplégico recebeu orientações sobre novas atividades, como postura, higiene, comunicação, dentre outras situações.

Seguindo na conversa, falou-me sobre as pesquisas com células-tronco. E como estas poderão recuperar órgãos danificados de muitas pessoas como ele.

Explicou que no Brasil as pesquisas seguem determinada linha de pesquisa, enquanto outros países seguem outra.
O brilho nos olhos dele era forte, quando falava sobre as pesquisas com células tronco.

A esperança é um combustível para a vida. Seus olhos mostravam isso.
Diálogo finalizado, tive a experiência de me sentir melhor e maior.
Saí de lá aprimorado como pessoa.

Aprender sempre, a todo tempo com qualquer pessoa.

Todos sempre têm algo a nos ensinar. Exercitemos a humildade.

Acreditar sempre que nossa vida, e o mundo, podem e irão melhorar.
Esperança, um combustível da vida!

Gratuito e a ao alcance de todos.

A qualquer tempo, em qualquer lugar.