Vou inaugurar meu espaço neste jornaleco contando minha aventura mais recente – e curta.

Sempre me avisaram que o guri era gente boa, meio doido e bom de cama. Fiquei secando a pimenteira (discretamente) até que, finalmente, o bicho abriu trela para ficarmos juntinhos em sua casa.

Por lá, depois de muita enrolação, rolaram uns beijos, muito bons por sinal. E ficou só nisso. Hoje em dia, vocês sabem que o pacote tem que ser completo, não é? Gasolina está cara demais para ir do céu até o inferno, só para voltar com a sensação de purgatório na pepeca. E o diacho sumiu. Desapareceu. Mágica, sem feitiços de minha parte.

Meses depois, ele voltou como gato fugido de casa: cara de inocente. E aí, me chamou para ficar com ele de novo. Mas dessa vez, ah, dessa vez rolou, sim. Meia boca, infelizmente. Fraco demais para um patrimônio tão grande. Eu percebia que o guri era esquisito. Caladão, respondia mensagens de maneira peculiar e tinha comportamentos meio grosseiros.

Só que engoli isso tudo depois da segunda vez. Pois é, rolou a segundona. Foi tão bom que marquei na minha agenda. Viajei, esqueci-me dos problemas. Teria sido ótimo ter filmado para, de repente, cair nas mãos de um otário que conheci. Doer-se-ia. Eu riria. Bom, ficou gravado apenas em memória.

Tudo isso para, depois, a praga sumir de novo. Fiquei na minha, sequer corri atrás. Confesso ter perdido, porém, horas para tentar compreender por que ele agira daquele jeito. Até que aceitei, a contragosto, o que um colega me disse: “O cara te leva na casa dele, te beija e fica só nisso para depois sumir? Véi, ele é um TOSCO”.

E, até hoje, o colega refere-se a esse guri como “Tosco”. Eu também. Mamãe idem. No desfecho, só para constar, dei-lhe um fora, esclarecendo-lhe que a praga era peculiar e esquisita demais para mim.

Texto curto. A resposta foi, no entanto, de quem sequer leu o primeiro parágrafo e repetiu tudo que eu já havia falado. Só que quem deu o pé na bunda dele fui eu. Sou inocente, se você é incapaz de interpretar uma mensagem de zap-zap. E agir de maneira mais educada.

Mas o tosco serviu de aprendizado.