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O melancólico fim de Suely Campos

    Segunda, 24 Dezembro 2018 14:06

    O melancólico fim de Suely Campos

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    O melancólico fim de Suely Campos Reprodução Facebook / Bruno Perez

    Intervenção abrevia o pior governo que Roraima já teve

    Ninguém precisava ter capacidade de predizer o futuro para saber que o futuro seria negro. Antes da posse, quando viu-se que o governo da primeira governadora eleita para o Estado de Roraima seria composto por parentes e aderentes - sem nenhuma preocupação com capacidade - sentiu-se que a população macuxi ia sofrer muito pelos próximos quatro anos. Os dois mandatos de Anchieta Júnior - que deixou o Estado endividado como nunca - poderiam dar destaque a qualquer governantezinho mediano que o sucedesse.

    Com o marido, Neudo Campos - verdadeiro líder populista -, preso, Suely perdeu-se entre a empáfia e a incapacidade de ver um palmo adiante do nariz. A gestão da senhora Campos entra para história como a pior que Roraima já teve.

    Ao longo de quase quatro anos, não houve um único mês sem pipocar algum escândalo na lida com dinheiro público. Ameaças de apeá-la do poder foram muitas. Situações contornadas com negociatas que sempre sacudiam o erário. Saúde, Educação e Segurança - o tripé de qualquer administração pública - foram encaradas com descaso. Parentes e asseclas entraram numa de “farinha pouca, meu pirão primeiro”. A cada escândalo, Suely trocava secretários, como se o problema estivesse nas pessoas e não na sua incapacidade de gerir, de detectar os problemas e resolvê-los. Deu no que deu

    2018, ano de campanha política, com Suely candidata a reeleição, poderia servir para corrigir rumos. Cega, talvez enganada por auxiliares, a governadora, ignorando pesquisas e opiniões, agiu como se voasse em céu de brigadeiro. Não deu outra: amargou terceiro lugar no primeiro turno. Derrotada, Suely viu a oportunidade de barganhar algo num possível governo de José de Anchieta - a quem desqualificara até poucos dias antes.

    O ex-governador perdeu para Antônio Denárium, que elegeu-se prometendo “o novo”. Caos no sistema hospitalar, merenda que não chegava às escolas, empresas terceirizadas sem receber pagamentos, contratados para transportar alunos sem a ver a cor de seu dinheiro e falta de refeições no sistema prisional assinalavam o fundo do poço. Para apagar o pavio da bomba prestes a explodir no sistema prisional do Estado, Brasília interveio. Para amenizar o problema causado pelo inchaço de imigrantes, o Governo Federal enviou força tarefa - cuidando, porém, para que Suely ficasse longe das verbas. Servidores entraram em greve por falta de pagemento de salários.

    A dois meses do fim do mandato, com a Operação Escuridão, que apontou malversação de dinheiro público e corrupção desavergonhada, levando, inclusive, ex-secretários, fornecedores e Gulherme, um dos filhos da governadora para a cadeia, Michel Temer sentiu que não tinha opção a não ser intervir no Estado: a 22 dias do fim do mandato, retirou Suely do Palácio Senador Hélio Campos e nomeou Antônio Denárium, governador eleito, para botar ordem na casa até sua posse definitiva, em 1o de janeiro de 2019. Tenham todos um feliz ano novo. Sem Suely. Graças a Deus.

    Lido 1822 vezes Última modificação em Segunda, 24 Dezembro 2018 23:30
    Aroldo Pinheiro

    Aroldo Pinheiro,  roraimense, comerciante, jornalista formado pela Universidade Federal de Roraima. Três livros publicados: "30 CONTOS DIVERSOS - Causos de nossa gente" (2003), "A MOSCA - Romance de vida e de morte" (2004) e "20 CONTOS INVERSOS E DOIS DEDOS DE PROSA - Causos de nossa gente".

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