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Invasores atacam de dois em dois anos

    Sexta, 04 Março 2016 01:46

    Invasores atacam de dois em dois anos

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    Estimulados por grileiros, apoiados por candidatos, pessoas de bem invadem terras que não lhes pertence e ficam à espera do apoio de políticos. Donos de terras sofrem

    Em Boa Vista, criou-se a indústria de invasões. Faz tempo. Rentável, a atividade cresce. Hoje, há pelo menos seis áreas invadidas na capital.
    Erasmo Sabino, empresário do setor imobiliário, sofre, mais uma vez, com a ocupação de área que lhe foi confiada para loteamento e comercialização. No início da vicinal que dá acesso à área de Bom Intento – zona rural de Boa Vista - a Gleba Murupu registra recorde de invasões. Só neste ano, pelo menos cinco reintegrações de posse foram determinadas pela Justiça.

    Ao lado da Gleba Murupu, uma área que pertence ao Governo do Estado está ocupada por mais de 3 mil famílias. Crescendo sem critérios urbanísticos, ali, grileiros vendem lotes por até R$ 40 mil.

    DE MANSINHO
    Os invasores chegam na calada da noite e, de mansinho, marcam terrenos, estendem lonas, começam construções de toscos barracos. A notícia se espalha. Logo, centenas, milhares de pessoas estão ocupando o que não lhes pertence. É assim que começa.
    Alguns invadem movidos pelo sonho de ter um lugar para morar; outros vislumbram a chance de ganhar dinheiro com o espaço invadido. Há ainda os que usam o ato ilícito para aumentar cacife político: votos. Por isso, não raro, essas ocupações ocorrem em anos de eleições.

    Com mais uma ordem de reintegração de posse para a Gleba Murupu em mão, Erasmo Sabino diz sentir pena ao desalojar famílias, “mas é difícil separar o joio do trigo. Pelos carros luxuosos que trazem materiais de construção, a gente vê que não se trata de pessoas necessitadas. É má fé mesmo”.

    Erasmo diz que os prejuízos são altos: “Mesmo com toda a papelada que garante nosso direito sobre uma área como a Gleba Murupu, temos que contratar advogados, sofremos desgaste com a opinião pública e perdemos muito tempo por causa da morosidade da Justiça; tudo para reaver o que é nosso”.

    Na visão de Sabino, a engrenagem funciona assim: “Alguém se arvora a líder de invasores, cria uma espécie de associação e cobra taxas de cada associado. Afirmam que o terreno não tem documento nem escritura, que o Estado deu a área e que algum político vai legalizar os lotes. Essa gente manipula pessoas inocentes, afirmando que elas têm o direito de invadir”.

    Sabe-se de políticos que conseguiram eleger-se para alguma coisa com ajuda da indústria de invasões. “A maior parte dos invasores usa a ação para, em seguida, vender lotes. Há quem viva exclusivamente dessa artimanha”, diz Erasmo. E protesta: “É preciso que a Justiça seja mais rigorosa, mais célere, porque a culpa é desses líderes que incentivam os atos ilícitos”.

    OFICIAL
    Sobre a invasão de terrenos pertencentes a particulares, a Prefeitura de Boa Vista afirma que vem ajudando a manter o crescimento da cidade de forma organizada e legal, e que, em casos de reintegração de posse, forças policiais precisam ser mobilizadas para levar a tarefa a termo.
    Diz ainda que atua de forma sistemática buscando a parceria dos demais setores do poder público, como o MP, Polícia Militar e a Polícia Civil para implementar ações conjuntas que levem à não ocupação regular e planejada do município.

    Lido 1952 vezes Última modificação em Segunda, 28 Março 2016 09:29
    Redação

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