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Hoje tem rock na máquina do tempo

    Sábado, 16 Julho 2016 23:23

    Hoje tem rock na máquina do tempo

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    Hoje tem rock na máquina do tempo Orib Ziedson

    Pequeno relato sobre os primórdios do rock em Roralma

    Diz-se que o rock nasceu do grito de negros americanos na década de 1940. De lá para cá, evoluções e revoluções chegaram a esse sem número de opções que vemos e ouvimos do velho e imortal rock ‘n roll.

    Da mesma forma que não se precisa onde, quando e como nasceu o rock ‘n roll, líderes dos dois primeiros conjuntos musicais eletrificados de Roraima querem para si o título de pioneiro nesse movimento musical. Em 1968, quando o mundo passava por mudanças políticas, culturais e comportamentais e o general Costa e Silva usava de todos os meios para eliminar quem se opusesse à ditadura dos militares, no pacato Território de Roraima, jovens alienados, com poucas informações sobre o que ocorria no “sul maravilha”, só pensavam em terminar o curso ginasial e arranjar um emprego que pudesse dar-lhes sustento pelo resto da vida.

    Enquanto Beatles e Rolling Stones pipocavam no cenário mundial, as músicas modernas tocadas pela única rádio local e em festinhas familiares eram basicamente o que produzia a Jovem Guarda de Roberto Carlos. 

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    Golden Star - Conjunto de Heliano da Luz em uma de suas formações (Foto: autor desconhecido)

    The New Kings

    Na época em que só o governo do território tinha um conjunto com som amplificado, Heliano da Luz, que “arranhava violão”, decidiu criar o primeiro grupo musical independente do pedaço. Impetuoso, desenhou guitarras e comandou um carpinteiro, passo a passo, na feitura dos instrumentos.

    A parte elétrico-eletrônica foi confiada a Ivan Candeira, autodidata na arte de emendar fios, que canibalizando velhos rádios, eletrolas e outros equipamentos – ainda à base de válvulas – montou os amplificadores rudimentares que seriam usados pelo primeiro conjunto de iê-iê-iê de Boa Vista.

    Com Heliano na guitarra base, Índio na guitarra solo, Sabá Andrade no contrabaixo, Alcione na bateria e Zelite Andrade como croner, surgiu The New Kings. Por cinco anos, passando por mudanças na formação, o “conjunto de Heliano”, que sumiu depois de aotar Golden Star como nome, animou muitas festas e fez sucesso entre jovens roraimenses.

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    Os Aranhas - conjunto de Dilmo Pina tocando na União Operária (Foto: Arquivo pessoal de Dilmo Pina)

    Os Aranhas

    Enquanto Heliano da Luz lutava para construir os instrumentos de seu conjunto, Dilmo Pina tentava convencer seu pai a valorizar sua vocação musical e investir em equipamentos para formação de uma banda.

    Em poucos meses, o filho único de Manoel “Neco” Pina, dobrou o velho e, com a grana do abonado fazendeiro e comerciante de pedras preciosas, comprou bateria, guitarras, contrabaixo e amplificadores. Gianini – coisa de última geração para a época.

    Em outubro de 1968, alguns meses depois do surgimento de The New Kings, com Dilmo no contrabaixo, Índio (aquele mesmo que fez parte da banda de Heliano) na guitarra solo, Luiz Carlos Vieira na bateria e Montinho na guitarra base, todos vestidos com roupas pretas, surgiu Os Aranhas - segundo conjunto de iê-iê-iê de Roraima.

    Os Aranhas tiveram vida mais longa e deram passos mais longos que o conjunto de Heliano. Além de animar festas boa-vistenses, se apresentaram na Venezuela e na capital da República Cooperativista da Guiana.

    O grupo de Dilmo também passou por mudanças na formação e 15 anos depois da fundação, com o nome de Plano X5, desapareceu do cenário musical roraimense.

     

    Por onde eles andam

    Atualmente, Dilmo Pina tem uma produtora e se dedica à elaboração de spots e jingles comerciais; Heliano da Luz é empresário no ramo de equipamentos e componentes eletrônicos. Desses artistas roraimenses da segunda metade do século passado, Zelite Andrade ex-croner do conjunto The New Kings, chegou mais longe: advogada, é desembargadora no estado de Rondônia.

     

    Curiosidade: Quente e frio

    Falando sobre a precariedade dos equipamentos de The New Kings, Ivan Candeira, o mago da eletrônica, contava: “Para que os amplificadores à base de válvulas estivessem quentes na hora de apresentações, eles eram ligados umas duas horas antes; e os intervalos eram programados de maneira que, desligadas por meia hora, as válvulas não se aquecessem demais e queimassem”;

     

    Lido 2726 vezes Última modificação em Domingo, 17 Julho 2016 05:39
    Aroldo Pinheiro

    Aroldo Pinheiro,  roraimense, comerciante, jornalista formado pela Universidade Federal de Roraima. Três livros publicados: "30 CONTOS DIVERSOS - Causos de nossa gente" (2003), "A MOSCA - Romance de vida e de morte" (2004) e "20 CONTOS INVERSOS E DOIS DEDOS DE PROSA - Causos de nossa gente".

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