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Por respeito aos ouvidos

    Segunda, 16 Novembro 2015 04:34

    Por respeito aos ouvidos

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    Aos poucos, a música brasileira que toca em locais públicos vem se resumindo a melancólicos trinados de sertanejos, à cornice do brega, a versos repetitivos do que fizeram com o forró e a rimas pobres e sem melodia de uma praga chamada arrocha. Faz até medo sair de casa.

    Apesar de estas monstruosidades estarem se ramificando e se estabelecendo pelos quatro cantos da cidade, se procurar com cuidado, ainda se pode encontrar lugares com música e cantores de

    qualidade.

     

    Uma dessas raridades está na figura mística de Karana Das, pernambucano que chegou a Boa Vista há pouco mais de um ano e, segundo ele, há de ficar aqui por muito tempo. Embora, pelo seu histórico nômade, definir o termo “muito tempo” seja tarefa difícil. Karana é homem rodado.

    Os milhares de quilômetros registrados em seu odômetro, se ele tivesse um equipamento desses instalado em seu corpo, foram percorridos em nome da música e em busca da paz espiritual. “Nasci para a música. Não me vejo fazendo outra coisa que não seja música”, diz.

    Desde criança, Karana sempre esteve perto de cantores e instrumentistas. “Comecei fazendo

    o pesado: carregando amplificadores, mesas de som, caixas acústicas, violões, guitarras,

    órgãos. Evoluí para instalação e ajuste de equipamentos eletrônicos e, um dia, me deram achance de tocar e cantar”, conta.

    Não parou mais.

    Em busca de um rumo para sua vida, o olindense saiu de casa aos 16 anos de idade. Recife, ali pertinho, foi sua primeira parada. Aos 17 anos, tornou-se militante do Hare Krishna e, por meio

    do movimento, conheceu muitas cidades brasileiras. Em Manaus, implantou o primeiro grupo filosófico da cultura védica.

     

    Eu vou pra Califórnia

    Na década de 1990, Karana fez o que boa parte de brasileiros com espírito de aventura queriam fazer. Invadiu a terra do Tio Sam e, unindo-se a amantes e praticantes de música, frequentou

    e tocou com estudantes e professores na Berkley School of Music, em Boston, Massachussets.

    Por quatro anos, Karana viveu na cidade estadunidense invadida por mineiros de Governador Valadares.

    Próximo passo: Nova Iorque, onde morou por três anos.

    Querendo conhecer e conviver com novos movimentos musicais, o pernambucano, ao volante de pequeno caminhão, sem carteira de motorista, cruzou a Terra do Tio Sam pela famosa Route #66 até chegar ao sonho dourado da California.

    Um ano tocando em bares udigrude e hotéis e palcos do circuito cultural da Caliente Fornalha.

    Depois de oito janeiros em terras norte-americanas, o artista decidiu voltar às origens. Saudade do povo, do jeito brasileiro de ser, da mãe e dos sete irmãos que deixara pra trás.

    Por telefone, anunciou: “Mãe, tou voltando”. Entre o primeiro passo em solo brasileiro e seu reencontro com a família, Karana gastou nove meses. “No Rio, me enturmei, subi a serra e me

    estabeleci em Teresópolis”,

    justifica sorrindo.

    Das cidades serranas até sua terra natal, foram muitos os palcos que tiveram chance de conhecê-lo.

     

    Fusca e violão

    Em Olinda, Karana descobriu a paraense Vanessa Ava. Casado, botou esposa, filha, violão e os quase nada dentro de um Fusca 1980 e, sem lenço, mas, agora, com documentos, partiu rumo norte, em busca de conhecimentos, cultura e de paz espiritual.

    Sempre tendo a música como meio de vida, a família Das passou curtas e longas temporadas em diversos lugares desse Brazilzão. “Em Alter do Chão, no Pará, a advogada Juraci Moura disse

    ter gostado de meus mantras, de meu jeito de cantar, e sugeriu que Boa Vista poderia ser um bom lugar para eu conhecer”, conta.

    Não levou muito tempo e o fiel Volkswagen subiu os rios Amazonas e Negro, cruzou

    os 750 quilômetros que separam Manaus de Boa Vista e despejou, na capital roraimense, esse intérprete de qualidade dos mais diferentes estilos musicais , salvação para ouvidos de quem

    preza a boa música.

    Hoje em dia, Karana tem agenda lotada. Além de tocar em bares de conveniência que se tornaram points, nas noites de sexta-feira, das 22h às 2h, o pernambucano toca na Pizzaria Maluka onde segura, pelos ouvidos, a clientela que Alex, o proprietário, cativa com drinques e

    comida de qualidade.

     

    Contato

    Quer saber mais sobre Karana Das, o Servo da Misericórdia? Entre no Facebook

    (Karana Das Das). Quer contratá-lo? Ligue para 99155-9573.

    Ah, Vanessa, mulher de Karana, também faz das suas e surpreende com cocos, maxixes e maracatus acompanhados por pandeiro e tambor. Pelo andar da carruagem, a pequena Tula vai trilhar caminhos semelhantes.

    Lido 2314 vezes Última modificação em Segunda, 28 Março 2016 09:23
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