Neste ano, 2016, retorno a 1996, e um número se ilumina como título da minha reflexão: Faz 20 anos! Como um susto, ou um acender de luzes, vejo que uma passagem importante de minha vida recebe agora esta coroa: duas dezenas de anos.

Naquele ano, comecei a trabalhar na Justiça Federal em Franca, São Paulo. Logo depois, em 1998, saí de lá para assumir o cargo e a cidade onde estou até hoje. Uma rápida passagem, mas muito importante e marcante para mim. Retorno no tempo e tento olhar daqui, de hoje, a visão de futuro que eu tinha lá em 1996.

A conclusão primeira é que lá, com 27 anos, eu não concebia como realidade ter em minha memória um lápso de 20 anos! Hoje eu me espanto pensando em fatos mais até mais distantes.

Brevemente, espero escrever “há 50 anos!” Em outubro de 1996 fui convocado como mesário numa das primeiras sessões eleitorais com urnas eletrônicas. Uma experiência então pioneira, até desacreditada. Hoje, todas as eleições brasileiras são praticamente concluídas no dia da votação.

Os celulares talvez fossem notícia de pesquisa no exterior. A privatização da telefonia apontava que muita coisa boa viria. Mas eu jamais pensava que em duas décadas haveria o tal celular totalmente difundido, qualquer pessoa podendo ser localizada onde está em qualquer lugar.

Telefone era algo caro, pouco acessível. Hoje, há mais linhas telefônicas do que pessoas no Brasil. Ainda existiam máquinas de escrever.

Os editores de texto vieram para tornar a arte ou ofício de escrever algo simples, acessível e eficaz. Mas eu testemunhei uma revolução: aprimoramento e difusão da internet. Informações e mais informações ao alcance de todos, de graça, a qualquer momento. Redes sociais para reduzir o mundo a uma vizinhança. Chance de todos falarem e mostrarem o que desejam. Na rede, enquanto o pedestre reclama da acessibilidade, o prefeito pode estar lendo. O artista faz seu show e pode ser notado por milhares de pessoas, sem gravadora ou propaganda. A garota bonita sai do cabelereiro, bota sua foto e vira uma modelo tão vista quando aquelas das capas de revistas. O Brasil realizaria Copa do Mundo e Olímpiadas, e fazendo bonito. Nossa seleção sofreria a mais humilhante derrota de sua história em casa. Mas depois conquistaria a medalha de ouro olímpica em pleno Maracanã!

Nestes 20 anos, foram muitas as revoluções que vivi em minha vida e testemunhei no mundo. Que Deus me dê outros 20 anos, para eu me olhar hoje, aqui em 2016, e saber que meu otimismo na vinda mudanças intensas e positivas estava correto!